Condomínios em ritmo de verão

  • 19/Novembro/2012 - Kalyne Carvalho
Condomínios em ritmo de verão

 

Chega o verão e, em breve, as festas de Carnaval. Nessa época os condomínios das cidades litorâneas de Santa Catarina já recebem um fluxo maior de pessoas. Muitos apartamentos são alugados para turistas e é na temporada que os moradores mais recebem parentes e amigos.

A chegada de pessoas novas no prédio por período temporário reflete em mudanças para o condomínio. É necessário tomar algumas medidas para evitar transtornos, tais como superlotação, riscos à segurança, aumento de consumo e gastos elevados. Por outro lado, é tempo de aproveitar a maior adesão dos moradores para realizar as assembleias.

Aluguel

A prática da locação do apartamento gera lucro para os proprietários, mas caso não sejam estabelecidas regras para esse processo, o condomínio pode ter problemas com o excesso de consumo de água e luz, uso irregular de áreas comuns e, em situações mais drásticas, a superlotação em apartamentos, transformando as dependências do edifício em caos e gerando dor de cabeça para os demais moradores.

No condomínio Gold Coast Residencial, de Canasvieiras, em Florianópolis, a síndica Sandra Berber teve que lidar com situações desagradáveis envolvendo inquilinos. “Eles acabam não se enquadrando nas normas do condomínio. Esses dias, o proprietário fechou contrato de aluguel com um inquilino que insistia em guardar dois carros na garagem, sendo que ele só tinha direito a uma vaga.

O carro atrapalhava, inclusive, a circulação dos outros veículos, porque estava ocupando lugar indevido”. Berber conta, ainda, que frequentemente tem problemas com superlotação. “O apartamento de dois quartos que comporta até oito pessoas chegou a receber doze inquilinos”, conclui.

Nesses casos, a advogada Marina Zipser Granzotto orienta que o melhor caminho para evitar problemas semelhantes é abordar o assunto, durante o ano, em assembleia. “É necessário deliberar sobre o número máximo de ocupantes para cada apartamento, alterando convenção de condomínio e regimento interno caso haja necessidade. Deve-se ficar atento para o quórum necessário para tais deliberações”, ressalta.

O presidente do Secovi de Florianópolis, Fernando Willrich, aconselha que o proprietário saiba quem ele está colocando no apartamento. “Muitos proprietários acabam alugando os imóveis para pessoas que não têm nenhum comprometimento.

E isso realmente traz transtorno. O condomínio não pode interferir no direito de propriedade, ninguém pode ser proibido de locar o seu imóvel, mas sugiro que o síndico oriente o proprietário a filtrar o perfil do inquilino para evitar transtornos, inclusive para ele”, afirma.

Consumo

Com mais pessoas no prédio, o consumo aumenta. No condomínio Villagio di Viena, em Jurerê, Florianópolis, o síndico Rogério Raupp observa que a conta de água dobra. “No inverno a gente paga a taxa mínima, no verão o movimento é maior e o consumo duplica, quando reajustamos a taxa de condomínio em 10% para compensar”, avalia.

A síndica Vera Lúcia Claro, do Condomínio Albatroz, em Balneário Camboriú, também relata aumento nos gastos. “A despesa com água e esgoto em mês fora da temporada foi de R$ 3.560,00. No verão, a conta subiu para R$ 5.567,00”.

Ela explica, ainda, que os gastos com a energia elétrica também aumentam, além dos custos com a limpeza. “Compramos mais produtos e contratamos mais uma funcionária para ajudar. Dos 116 apartamentos, 80% fica vazio fora da temporada. Quando chega o verão, os proprietários ocupam 100% dos imóveis”, conta.

O gerente de condomínios da Sensato Contabilidade, Sandro Luiz da Silva, explica que, nesta época, nos condomínios localizados nas praias, há um aumento de quase 100% no consumo de água, luz, limpeza de fossa e material de limpeza. Como são apenas três meses de alta temporada, ele orienta que os síndicos façam previsões flexíveis para este período.

“Nesta época realizamos previsão mensal e durante a baixa temporada poupamos mais. Já os condomínios localizados fora da área balneária ficam tranquilos no verão, reduzindo sua despesa. Cada edifício tem a sua particularidade. Cabe ao síndico monitorar, diariamente, se há excessos de consumo e cuidar para que não haja vazamentos de água”, orienta.

Segurança

Nesta época, o fluxo de pessoas que circulam pelo condomínio aumenta. Pela portaria, entram e saem turistas e familiares em visita, que, geralmente, são cidadãos desconhecidos para os porteiros,zeladores e para o síndico. Essa situação gera um alerta para a segurança, já que o condomínio fica mais suscetível à infiltração de pessoas mal intencionadas.

O especialista em segurança empresarial, Izaias Otacilio da Rosa, observa que os prédios mais vulneráveis são os alvos prediletos dos bandidos, o que mostra a importância de se ter um sistema de segurança planejado, bem como funcionários com conhecimento no assunto, para evitar situações de risco.

Segundo Otacílio, os indivíduos mal intencionados aproveitam oportunidades de falha na segurança para praticar furtos, roubos e depredações do patrimônio. “Eles observam antes e depois planejam o que vão executar. A rotina do ambiente condominial é a principal fonte de informações deles”, observa.

No condomínio Aconcágua, em Balneário Camboriú, o síndico Carlos Spilere, com sete anos de gestão, adotou mecanismos de segurança rígidos. “Todo o acesso ao condomínio é por chave eletrônica, sendo estritamente proibido divulgar a senha a terceiros”.

Os moradores têm acesso às imagens das câmeras das entradas principais pela televisão para monitorar as pessoas que interfonam para o seu apartamento. Ele explica que os funcionários do edifício são frequentemente capacitados com cursos na área de segurança. “Eles fiscalizam a presença de estranhos no prédio, como entregadores de pizza e água, acompanhando, pelas câmeras, o percurso e o tempo que eles permanecem no prédio”, explica Spilere.

De acordo com o síndico, 30% dos 76 apartamentos do Aconcágua são destinados para locação na temporada. Ele conta que, para manter a segurança, o condomínio filtra, com rigor, o perfil das pessoas interessadas em alugar apartamento no prédio mediante preenchimento de cadastro pessoal detalhado, contendo os números de documento (RG, CPF, placa do carro), telefones de referência para consulta de idoneidade e demais dados.

“Aquele que tem más intenções já desiste com as exigências dos documentos. Sendo aprovado nesta etapa, ele recebe três manuais do prédio: o de segurança, o regimento interno e o de resíduos sólidos”, diz.

Ele orienta os proprietários a dar preferência pela locação via imobiliária e que sejam cumpridas as determinações do condomínio. “As visitas nos apartamentos para locação devem ser, preferencialmente, acompanhadas por um corretor. Se o proprietário preferir a contratação direta, já que não podemos impedir, ele fica responsável por todas as exigências do condomínio”, ressalta.

  • Gostou do conteúdo? Indique a um amigo!
SELECT i.*, CASE WHEN i.modified = 0 THEN i.created ELSE i.modified END as lastChanged, c.name AS categoryname,c.id AS categoryid, c.alias AS categoryalias, c.params AS categoryparams, u.userName AS nomeColunista , u.image AS imgColunista , u.userID AS idColunista FROM #__k2_items as i RIGHT JOIN #__k2_categories c ON c.id = i.catid LEFT JOIN #__k2_users u ON u.userID = i.created_by WHERE i.published = 1 AND i.access IN(1,1,5) AND i.trash = 0 AND c.published = 1 AND c.trash = 0 AND ( i.publish_up = '0000-00-00 00:00:00' OR i.publish_up <= '2024-03-29 06:17:47' ) AND ( i.publish_down = '0000-00-00 00:00:00' OR i.publish_down >= '2024-03-29 06:17:47' ) AND i.catid=17 AND i.catid IN(17) OR i.id IN (SELECT itemID FROM #__k2_additional_categories WHERE catid IN(17 ) )  ORDER BY i.id DESC LIMIT 0 , 1
Acesse sua Administradora