“Conhece-te a ti mesmo”, o que isso tem a ver com condomínios?

“Conhece-te a ti mesmo”, o que isso tem a ver com condomínios?

As relações humanas são o que há de mais complexo em toda a atividade humana, pois na medida em que precisamos compreender e satisfazer as nossas necessidades, precisamos também compreender e zelar pelas necessidades alheias, regulação esta, muito complexa

Por isto, demandam consigo um repertório de emoções e condutas pertinentes a diferentes tipos de ambientes e personalidades, e sendo assim, podemos dizer que relacionar-se é uma arte.

Quando tratamos de relações humanas, existe um requisito que se torna essencial para que essa regulação com o Outro seja bem-sucedida, funcional e saudável, é o autoconhecimento, isto é, trazer à luz da consciência, quem somos, aquilo que nos pertence, aquilo que, do qual, extrairemos parâmetros de distinção entre o Eu e o Outro, aquilo que compreende a minha existência e o meu lugar no mundo, e a existência e o lugar no mundo do Outro, parâmetros estes, imprescindíveis a todo relacionamento saudável.

E essa premissa caro leitor, perceba, torna-se ainda mais importante em ambientes coletivos, a exemplo dos condomínios residenciais, onde as relações humanas são ainda mais frequentes e intensas, exigindo-nos desta forma, o aprendizado e o exercício de habilidades sociais, de tolerância e paciência, pois, da mesma forma que o Outro pode nos representar colaboração, pode também nos representar ameaça.

De forma geral, as pessoas tendem a pouco conhecer-se, o que lhes pode gerar muitos prejuízos e conflitos de relacionamento, nos mais variados ambientes, e ruídos de comunicação em suas relações íntimas, privadas e coletivas.

Desta forma, é muito comum misturar-se psíquica e emocionalmente com os outros, perde-se portanto a percepção objetiva do Eu e do Outro, cria-se assim uma confusão entre esses dois elementos, e quando isso acontece, fatalmente criam-se situações desagradáveis, onde inconscientemente deflagra-se mecanismos de defesa projetivos e de negação, incapacitando a pessoa de distinguir-se do Outro, de saber aquilo que é seu e o que é do Outro, desencadeando assim, discussões e conflitos intermináveis, insolúveis.

E diante de tudo isso, é possível imaginar inúmeras dessas situações, em ambientes coletivos condominiais, onde vivem, dezenas, centenas de pessoas, todas distintas entre si, em um mesmo espaço e lugar de convívio, com todas as suas necessidades e complexidades humanas, onde ali também está inserida uma figura de mediação, de controle, de regramento, que também as possui, o síndico.

E diante de toda esta magnitude, parece-me fundamental ao síndico, a quem cabe a mediação deste quadro, estar preparado e condicionado, psíquica e emocionalmente, ao enfrentamento e ao manejo deste contexto, pois representa uma situação em que infelizmente pode levá-lo ao adoecimento físico e mental, caso não consiga adaptar-se ao ambiente e ao contexto, causando-lhe uma disfuncionalidade em todos os aspectos de sua vida.

Sugiro portanto ao caro síndico, que busque ajuda e aconselhamento profissionais de um psicólogo, que possa ajudá-lo e ouvi-lo em suas demandas, em suas necessidades. Sugiro que não subestime a complexidade do seu trabalho, as relações intensas que se estabelecem no seu cotidiano, e todo o impacto que isso representa em sua saúde física e mental.

A psicoterapia é uma ótima oportunidade para conhecermos quem verdadeiramente somos, nossos limites, nossas vulnerabilidades, nossa força, nossos talentos, recursos e necessidades emocionais. A busca pelo autoconhecimento é um passo fundamental ao nosso crescimento pessoal e profissional, e para o síndico, isso pode ser determinante para a sua saúde, o seu bem-estar e o desempenho do seu trabalho em condomínios.

Danilo Lopes Jr. é Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta. [email protected]

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