Ano passado, no início da pandemia, logo quando surgiram as primeiras assembleias telepresenciais, identificamos no SindHub uma insegurança nos colegas de sindicatura em participarem de assembleias de eleição de síndicos e se apresentarem para as câmeras.
Na oportunidade ajudamos muitos colegas promovendo um encontro telepresencial que intitulamos de Mentoria Síndico High Tech, onde cada um simulava a sua apresentação para os demais colegas e contava com a mútua ajuda para aperfeiçoá-la. Era comum nessas apresentações os colegas listarem os pontos fortes de sua gestão. E um dos itens mais relacionados por todos os colegas era a “ética”.
É evidente que a frequência com que esse conceito aparece listado pelos colegas, em suas apresentações, como ponto forte e fundamental no exercício da função de síndico, aponta que a ética é um princípio bem avaliado pelos condôminos que o elegerão. Porém poucos se dão conta que existem princípios fundamentais que, mesmo que se não forem listados, serão pretendidos por qualquer um para qualquer função. Ou seja, não é necessário listar princípios como ética, honestidade, competência, probidade, integridade… O que a massa condominial espera de uma pessoa em que ela possa confiar o poder de representá-la e guiá-la durante o período da sindicatura são valores que remetem a virtudes.
Uma virtude é algo conquistado com muito esforço, ela se diferencia de valores como a ética, que para exercê-la não é necessário fazer algo extraordinário se não o mínimo esperado para uma determinada situação. Porém a virtude é algo conquistado com propósito, determinação e perseverança. Ela se diferencia dos outros valores por serem raros e inesperados, porém se equipara a eles por serem também valorizados. Costuma-se dizer que a conquista de uma virtude é como esculpir mármore com uma agulha. Ou seja, ela não é tão acessível e imediata como os valores mais comuns.
Chegamos ao ponto da questão: o que se espera de um síndico de excelência? Valores que representam o mínimo, ou que transcende o perfil do estereótipo do síndico. Não canso de afirmar que estamos construindo o perfil do síndico do futuro, e na jornada desse edifício é preciso identificar, espelhar e conquistar virtudes e assim se destacar de forma excelente, pois o mercado condominial merece e espera algo que vai muito além da ética.
Rogério de Freitas é graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Marketing e Gestão Empresarial e Síndico Profissional.