O papel de síndicos e gestores condominiais no enfrentamento dos desafios ambientais vai além da administração interna. O futuro sustentável depende de uma visão integrada, considerando condomínios partes ativas de uma comunidade maior. Nessa perspectiva, áreas verdes se destacam como ativos que promovem qualidade de vida, biodiversidade e valorização imobiliária.
Estudos apontam que imóveis próximos a áreas arborizadas são mais valorizados. Um exemplo prático é o Parque Linear do Córrego Grande, em Florianópolis, fruto de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre empreendimentos imobiliários e o poder público. Esse parque trouxe inovação: recuperação de vegetação nativa, corredores ecológicos e espaços de lazer que melhoram a drenagem urbana, criam um refúgio para a biodiversidade e reforçam a segurança na região.
Esses benefícios não vieram sozinhos: a atuação de síndicos foi e segue sendo fundamental para a execução e preservação dessas contrapartidas, promovendo um senso de responsabilidade coletiva. A associação dos moradores (AMJA), com 26 condomínios associados, lidera com sucesso essa interface, envolvendo condomínios em projetos voltados ao bem-estar de toda a comunidade.
Por que os síndicos devem se engajar além dos muros? Porque essa liderança resulta em mais valorização imobiliária, maior qualidade de vida e prevenção a problemas climáticos. Iniciativas como formar parcerias locais, implementar programas de compensação ambiental, criar comitês de moradores e investir em educação ambiental são passos práticos e replicáveis.
O Parque Linear do Córrego Grande exemplifica o impacto de síndicos e condôminos que abraçam responsabilidades ambientais externas. Para 2030, a visão deve ser de bairros resilientes, conectados e sustentáveis, com áreas verdes que vão além da beleza e promovem um futuro mais equilibrado e valorizado para todos.
Ivan dos Santos, presidente da AMJA (Associação de Moradores do Jardim Albatroz)