O elevador

O elevador

Já eram quase seis da tarde ontem, quando cheguei da rua e me deparei com um aglomerado de pessoas no hall de entrada da Torre B. Os bombeiros tentando fazer o trabalho deles apesar do burburinho dos curiosos.  O elevador travou entre o térreo e o primeiro andar.

Lá dentro três pessoas. O Sr. Alceu do 703, um senhor aposentado que andava apoiado em sua bengala distribuindo sorrisos por onde passava, Dona Berenice do 202, uma professora universitária de pouca estatura e quase nada de paciência, e Isabel empregada do 501, que se bem a conheço, devia estar falando pelos cotovelos.

No corredor andando de um lado pra outro estava o Jurandir, zelador, que correu ao meu encontro assim que me viu.

- Até que enfim Dona Maria. Ôche que esse pessoal da assistência demora que só, e agora os bombeiros “rebentano” a porta – explicou preocupado Jurandir, com seu sotaque característico – Foi o Seu Luisinho que chamou.

O Luisinho era marido da Berenice, e conhecendo bem o casal, entendi porque ele se atravessou e chamou os bombeiros ao invés de esperar o técnico para tirar as pessoas de lá.

Finalmente a porta foi aberta e os três foram resgatados. Sr. Alceu apesar da dificuldade saiu sorrindo. Fazia tempo que não era envolvido em nenhum tipo de aventura e agora teria o que contar aos colegas do dominó. Dona Berenice com o dedo em riste saiu me acusando de negligência com a manutenção do elevador – esse acidente poderia ser fatal – disse ela muito alterada. E, a exibida Isabel saiu com poses dramáticas insistindo que estava ficando sem ar.

Todos me olhavam como se, pelo fato ser síndica, eu tivesse que estar o tempo todo no condomínio e que, por si só, minha presença fosse garantia de que nada dessa natureza fosse acontecer, e se acontecesse eu teria a solução como num passe de mágica.

- Sim, a manutenção foi feita, temos o contrato sim, afinal isso é obrigatório por lei – respondi ao interrogatório do Luisinho que tentava a todo custo mostrar para a esposa que estava fazendo o que sabia que ela esperava dele.

- Vamos sim, vamos exigir explicações da empresa de manutenção, principalmente pela demora no atendimento.

Foi mais um tempinho de opiniões e dramas, e todos foram para seus apartamentos. Fiquei só. Olhei para a porta esgaçada do elevador e pensei quanto isso custaria e quanto tempo até conseguir consertar.

Hoje cedo Jurandir me trouxe um folder de um curso de manutenção de elevadores. Disse que assim poderá acompanhar o técnico da empresa de manutenção de elevadores e ter certeza que estão trocando as peças e fazendo tudo direitinho.

- Muito bom Jurandir – eu disse, e peguei o folder da mão dele – mas esse eu também vou fazer. Quero entender de tudo que se passa nesse condomínio.

Martinha Silva é escritora, graduada em Administração, especialista em Gestão de Pessoas e gestora condominial em Itajaí.

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