O síndico precisa estar atento ao que diz a legislação para evitar acidentes nesse tipo de espaço
Hoje em dia os condomínios são verdadeiros clubes e, assim, fica difícil imaginar um empreendimento sem um espaço de lazer para as crianças. Ainda mais que itens como esse podem ser determinantes para uma família na hora de escolher onde vão morar. Os chamados playgrounds proporcionam a socialização das crianças, sendo que a interação enquanto brincam promove habilidades sociais, como compartilhar, comunicar e resolver conflitos.
Só que para garantir que os pequenos estejam seguros, é fundamental ficar atento ao que diz a legislação. A NBR 16.071/2012, regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), assume um papel central nesse contexto. Essa norma, elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Segurança de Playgrounds (ABNT/CEE-120), estabelece diretrizes para minimizar os riscos de acidentes em áreas de recreação infantil.
De acordo com Nelson Krenke, fabricante de playgrounds e especialista no assunto, uma das principais áreas de foco dessa legislação é a prevenção de lesões corporais. Assim, ela exige a avaliação minuciosa de todos os componentes, sejam eles móveis ou fixos, a fim de garantir que não apresentem riscos de arranhões, aprisionamentos ou esmagamentos. Além disso, os materiais utilizados em sua fabricação não podem conter lascas ou cantos vivos, visando a proteção dos usuários.
A NBR também aborda a questão da oxidação e toxidade dos materiais utilizados na construção dos playgrounds, com o propósito de prolongar sua vida útil e prevenir alergias ou irritações toxicológicas nas crianças. Outro aspecto crucial destacado pela legislação é a necessidade de supervisão adequada. “A norma enfatiza que todos os usuários devem ser acompanhados por um responsável. Uma medida que muitas vezes é negligenciada”, reforça Krenke.
Além disso, ele destaca que os síndicos devem ficar atentos à manutenção do espaço, já que o fator mais importante a ser considerado nesse processo, depois da diversão, é a conservação do parque. “É aconselhável uma inspeção visual periódica, que varia conforme a intensidade e frequência de utilização do parque. Caso o parque seja muito antigo, recomendamos a substituição completa dos brinquedos”, explica Krenke.
Playgrounds devem seguir as orientações da Norma 16.071 da ABNT
Qual o melhor lugar para o playground?
Segundo a arquiteta e urbanista Maria Aparecida Cury Figueiredo, os locais mais adequados para instalação do play são os espaços ao ar livre, em áreas de fachadas de serviço. “Devido ao barulho, para evitar incômodos, é indicado que a infraestrutura do playground não seja montada voltada para fachadas com janelas de quartos e área íntima”, explica.
Os espaços de lazer de um condomínio são um lugar propício para o aprimoramento da coordenação motora das crianças. Escalar, correr e pular ajudam a desenvolver as habilidades motoras. Essas atividades também contribuem para a saúde geral das crianças, promovendo um estilo de vida ativo desde cedo. Mas para isso, tem que ficar de olho na segurança.
Entre os principais cuidados, Maria defende a importância do uso de um material antiderrapante no piso. “Estão se tornando muito populares as opções de pisos de borracha de pneu. Por ter boa drenagem, não há acumulo de água, são antiderrapantes, 100% recicláveis e com alta durabilidade”, destaca a arquiteta.
Entre as tendências do segmento, além do piso emborrachado e da preferência por materiais recicláveis, a arquiteta diz que os projetos têm priorizado o uso de brinquedos integrados para a otimização do espaço. E mais que isso: têm abusado no emprego de cores alegres, bancos e áreas temáticas.
Principais pontos que merecem atenção dos gestores
- Revise parafusos e outros elementos de fixação
- Aperte peças soltas e troque aquelas que apresentarem defeitos
- Revise e reforce os pontos de solda em brinquedos metálicos
- Revise e conserte os encaixes em brinquedos construídos de tora de eucalipto ou outra madeira
- Lixe e pinte, quando necessário
- Além da revisão diária dos equipamentos e manutenção, a ABNT também orienta que uma vistoria técnica seja realizada semestralmente, ou pelo menos a cada ano, com profissional qualificado
Outra dica é anotar em um livro a data e quem foi o profissional ou a empresa que realizou a vistoria, incluindo aqui a ART do serviço prestado como garantia.
Fonte: Nelson Krenke