Dois ícones da história e cultura de Florianópolis ressurgem no centro da cidade

Os celebrados murais de Antonieta de Barros e Franklin Cascaes retornam às paredes do edifício Atlas, no Centro da Capital
Mural que retrata Antonieta de Barros, no Edifício Atlas, é uma das obras mais apreciadas pelos moradores da Capital e foi revitalizada Mural que retrata Antonieta de Barros, no Edifício Atlas, é uma das obras mais apreciadas pelos moradores da Capital e foi revitalizada

Os murais em homenagem à educadora e pioneira política Antonieta de Barros — primeira mulher negra eleita no Brasil — e ao folclorista, pesquisador e professor Franklin Cascaes estão sendo recriados no centro de Florianópolis.

Originalmente pintados nas paredes do Edifício Atlas, na Rua Tenente Silveira, as obras haviam sido removidas devido a reformas estruturais causadas por infiltrações. Agora, os painéis ganham nova vida.

Sob a curadoria e execução dos artistas Thiago Valdi e Monique Cavalcanti, a Gugie, os murais recebem uma releitura ampliada, incorporando novos elementos visuais e pedagógicos. Mais do que uma simples restauração, trata-se de uma recriação artística. Os rostos de Antonieta e Cascaes voltam a adornar as paredes, acompanhados de símbolos que representam suas trajetórias e legados para a identidade cultural e educacional da cidade.

Além do Sicoob SC/RS, que patrocina a iniciativa, o projeto conta com o apoio de empresas como Resicolor Tintas, Colorgin Arte Urbana, Construtora Engenho e Instituto Maratona Cultural. Enquanto o mural de Antonieta é financiado por recursos privados, o de Franklin Cascaes já foi viabilizado por incentivos municipais em edições anteriores.

Cultura a céu aberto

Os painéis do Edifício Atlas ocupam um lugar único na história da arte urbana de Florianópolis. Foram os primeiros de grande porte da capital e os únicos no Sul do Brasil a abrigar dois murais monumentais em lados opostos do mesmo prédio.

"Tivemos de reformar o prédio por causa das infiltrações, mas, assim que os problemas foram identificados, entramos em contato com os artistas para avisar sobre a manutenção. Eles já começaram um novo projeto, e o prédio também foi preparado para receber as novas pinturas. A homenagem a personalidades tão importantes sempre foi muito bem recebida aqui, então estamos felizes em trazer essas expressões artísticas de volta", explica Francielle Martins Machado, síndica do Condomínio Atlas.

Marcio
Márcio, que é síndico do edifício Sabrina, também no Centro da Capital, aderiu ao mural no seu condomínio

O síndico Márcio Luiz Heinzei, do Edifício Sabrina, no Centro de Floripa, realizou no condomínio que administra uma ação semelhante: “Minha filha, que é arquiteta, contatou a artista Gugie Cavalcanti e fez orçamento e o planejamento da produção de um mural no nosso condomínio. Na sequência, levamos a ideia para ser debatida em assembleia e, após a terceira AGE, conseguimos aprovação. A Gugie fez um belíssimo trabalho; apesar de desafiador, valeu a pena. Conseguimos patrocínio para a compra das tintas e da empreiteira para viabilizar a pintura”.

 

 

 

Rodrigo
Rodrigo, premiado guia turístico da Capital, afirma que os murais já fazem parte da identidade cultural de Florianópolis

Registro histórico para a cidade

De acordo com Rodrigo Stüpp, o Guia Manezinho, vencedor do Prêmio Nacional de Turismo e também um dos mais bem avaliados no mundo segundo o Trip Advisor, ressalta a importância dos murais para a identidade cultural da cidade, que se traduz em “pescoços erguidos para cima, celulares na mão fotografando uma parede de um prédio de 10 ou 12 andares. Cenas que voltaram a se repetir em Florianópolis, uma das cidades do país onde a cena de arte urbana ganhou mais importância na última década. A primeira leva de grandes murais trouxe algo de que Floripa precisava com urgência: resgatar suas referências para além das praias”. E completa: “Vi esse movimento começar e se fortalecer. Lembro claramente do primeiro dia em que vi os traços que trariam Franklin Cascaes à parede do Edifício Atlas em 2017, no Centro de Floripa. Os murais passaram tanto a representar a cidade que houve uma pressão gigantesca quando eles foram apagados, há cerca de um ano. Funcionárias do edifício me contaram que foram hostilizadas por pessoas que discordavam dos apagamentos. Claro que essas atitudes foram indelicadas, mas mostram o quanto as pessoas se viam representadas naquele mural. Em tempos de cidades cada vez mais duras, a arte urbana contribui para ambientes mais acolhedores e que convidam à convivência com o belo, mas também o diferente e o provocativo”, disse.

Cada mural do prédio Atlas tem 34 metros de altura e utiliza mais de 300 litros de tinta. Cerca de 20 profissionais estão envolvidos diretamente na execução, somando mais de 200 horas de trabalho. Com isso, Florianópolis recebe de volta dois de seus maiores símbolos visuais, agora renovados e ainda mais significativos.

Construído em 1976, o Atlas é um condomínio comercial com 10 andares e mais o ático. Ao todo, são seis salas comerciais por cada pavimento, mais a sobreloja.

O que precisa ser feito para possuir um mural no seu prédio

  • A ideia precisa ser levada para a assembleia e discutida e aprovada;

  • É importante realizar um levantamento da viabilidade técnica para pintura (como uma lateral sem janelas, por exemplo);

  • É necessário também buscar o artista para realizar a produção.

O que fazer junto à prefeitura

  • A inserção de painéis, murais, mobiliário urbano, jardins, entre outros, é coordenada pela Comissão Municipal de Arte Pública (COMAP), órgão vinculado ao Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF);

  • Para ingressar com projeto de intervenção urbana, é necessário protocolar requerimento no Pró Cidadão – em nome do Departamento de Arte Pública - que irá encaminhar o processo à COMAP;

  • Dúvidas podem ser tiradas com a COMAP por meio do Departamento de Arte Pública.

 

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