Volta e meia é comum os prédios precisarem de alguma manutenção nos sistemas de esgoto, água, gás. Outras vezes surge a necessidade de um conserto rápido por conta de algum vazamento. Se não houver nenhuma identificação entre os encanamentos, fica difícil saber em qual deles deve-se mexer, o que pode acarretar prejuízos ou até mesmo acidentes se houver manuseio incorreto.
Para evitar esse problema, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe de uma norma para diferenciação de tipos de tubulações aparentes por cores, a NBR 6493, revisada em 2019. Mas boa parte dos condomínios não segue esse sistema e muitos síndicos sequer ouviram falar.
Algumas construtoras entregam o edifício com a padronização de cores. É o caso do condomínio Brava Beach, em Itajaí, que existe há cinco anos. A gestora do prédio, Martinha Silva, percebe que seguir a norma técnica faz a diferença no dia a dia. “Facilita a vida em relação à manutenção. Houve aqui um entupimento nos ralos e, como o encanamento é diferenciado, foi mais rápido saber onde tinha que sangrar para resolver o problema. Acho que vale a pena o condomínio investir nisso para se aproximar ao máximo do que reza a ABNT”, defende.
A arquiteta e professora do Curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), Ana Paula Pupo Correia, explica que toda a norma da ABNT, apesar de importante, é orientativa. “Ela se torna obrigatória apenas se for citada em lei. No Código de Obras de Florianópolis, por exemplo, não consta tal exigência. No entanto, o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina exige a diferenciação por cores em algumas tubulações”, observa.
A instrução normativa (IN) 007 do órgão estadual determina que o encanamento do sistema hidráulico preventivo, quando aparente, deve ser pintado em vermelho. Já a (IN) 008 requer que a instalação de gás natural esteja em amarelo e o GLP na cor de alumínio. Ambas regras são conferidas na análise de projeto, vistoria anual e de habite-se.
Riscos vão de explosão de gás a curto-circuito
Entre as principais tubulações utilizadas em condomínios, temos a cor azul-claro para água limpa, marrom para esgoto e cinza-escuro para tubulações elétricas aparentes. Mas o que se encontra com mais frequência são tubos de PVC branco. O engenheiro civil e perito Douglas Dicar Deschamps salienta que há nessa escolha uma preocupação estética nada interessante. “Pintam o teto de branco e também as tubulações para disfarçá-las”.
Conforme o engenheiro, mais da metade dos prédios na Grande Florianópolis não contam com a correta identificação nas tubulações, principalmente os edifícios antigos. Apesar de a norma técnica ser orientativa, Deschamps observa que, em caso de acidentes no manuseio de tubulações não identificadas, a responsabilidade pode recair sobre o síndico, além da construtora. Isso porque existia uma forma de minimizar o risco. O manejo inadequado pode gerar desde vazamento, explosão de gás a curto-circuito.
“Ao fazer vistoria sempre peço para o síndico mandar pintar as tubulações. No manual do proprietário, caracterizamos cada cor para evitar acidentes. Assim, o leigo saberá, por exemplo, que a tubulação vermelha é do hidrante”, expõe o engenheiro. Nos casos aos quais não haja possibilidade de colorir os tubos, Deschamps recomenda a identificação por etiquetas ou plaquinhas.
Principais tonalidades da Norma ABNT
Esgoto sanitário: marrom
Água pluvial: azul-escuro
Água potável: azul-claro
Esgoto de gordura: verde
Hidrantes de incêndio: vermelho
Gás GLP: cor de alumínio
Gás natural: amarelo
Energia elétrica (eletroduto): cinza-escuro
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