Nove meses no escuro

Nove meses no escuro

 

Descoberta há pouco mais de 100 anos, a energia elétrica faz funcionar a maioria dos equipamentos que facilitam a vida de milhões de pessoas em todo o planeta. Utilizada diariamente, só nos damos conta da necessidade de energia quando somos privados das facilidades que ela nos proporciona. Mas, até que ponto conseguimos ficar sem energia elétrica?

Os moradores do edifício Orion, em Curitiba (PR), podem avaliar o caos que a falta de energia pode causar no dia a dia. Construído há 40 anos, o prédio teve uma pane elétrica em janeiro de 2013 que levou nove meses para ser solucionada, deixando os moradores sem eletricidade durante todo esse período. “A prumada elétrica geral que conduzia os cabos elétricos aos medidores de energia deu pane e comprometeu todo o fornecimento de energia do edifício”, explica Ernesto Bini, síndico do edifício Orion.

Na época, a moradora Ieda Godoy Sabag, que havia alugado recentemente uma das unidades do edifício, foi uma das afetadas com o estouro do quadro de luz do prédio. Segundo ela, na ocasião um eletricista foi chamado para fazer o conserto, mas uma semana depois todas as instalações elétricas do prédio entraram em curto-circuito causando uma explosão e um pequeno incêndio no andar do seu apartamento. “A partir daí verificou-se que o problema era maior do que se supunha, pois foi constatado que toda a fiação do edifício estava comprometida devido ao tempo de uso, à falta de manutenção, e outros problemas que precisariam de uma reforma geral na estrutura elétrica”, relata.

Reforma geral

A reforma começou, porém, o problema levou nove meses para ser resolvido. Dificuldades como as exigências dos bombeiros, lentidão para liberação do seguro, desentendimentos entre os proprietários, aliados à má gestão fizeram com que o problema se estendesse muito além do esperado. “Tudo era muito difícil, desde a aprovação dos orçamentos pelos proprietários até a contratação do serviço e a compra de materiais. Com isso, o prédio ficou sem luz por nove meses”, descreve Ieda.

De acordo com o síndico, a religação da energia não foi possível de imediato, devido ao comprometimento total dos cabos elétricos no andar em que ocorreu o sinistro e por isso a Copel, fornecedora paranaense de energia elétrica, não religaria a energia, sem antes haver as adequações necessárias. “Foi preciso apresentar um projeto de adequação, para só então fazermos a obra de uma nova prumada com a capacidade atual, visto que nos dias de hoje consome-se bem mais energia do que há décadas”, diz Ernesto.

Segundo a moradora, não havia eletricidade nas áreas comuns, nem nos apartamentos. Com isso elevadores não funcionavam, o prédio não tinha luzes de emergência e os moradores tinham de andar pelas escadas com lanternas, velas, lampiões ou ter suas próprias lâmpadas de emergência. “Foi apocalíptico. Alguns inquilinos se mudaram do prédio tirando a mudança pelas janelas, pois os elevadores não funcionavam.

Os moradores que ficaram foram isentos do pagamento do aluguel e o condomínio também não era cobrado integralmente. E, para piorar a situação, tentaram assaltar o prédio várias vezes aproveitando a ausência de luz e o aparente estado de abandono”, relata.

Comissão de obras

Na época, Ernesto Bini foi eleito como síndico provisório e enfrentou toda a fase de projeto, levantamentos e escolha de empresas para fazer as obras necessárias, em conjunto com uma Comissão de Obras designada pelos condôminos para estudar e acompanhar todas as etapas de serviços até o restabelecimento da energia. “Todo o projeto, sua apresentação e aprovação pela Copel, e na sequência a implantação demandou tempo, pois a obra foi complexa e de alto custo. Foi necessário fazer vários aportes financeiros e aprovar tudo em assembleias extraordinárias”, descreve o síndico.

A moradora Ieda relata que no dia em que a energia voltou ao normal, foi um momento emocionante e todos comemoraram. “Hoje já consigo ver algo de bom que a experiência me proporcionou, como o exercício diário ao subir e descer oito andares de escada”, avalia Ieda.

O sindico concorda que foi um período de dificuldades com muitos momentos de estresse, devido à situação, mas também de união entre os moradores. “Fui eleito no início da execução da obra, por isso acompanhei de perto todo esse processo e a lição aprendida após o fato, é a de sempre estar atento à manutenção de toda estrutura do condomínio, diz Ernesto Bini.

Por Graziella Itamaro

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