A saúde mental é uma questão fundamental para o bem-estar e equilíbrio emocional de toda pessoa, impactando diretamente no trabalho, relacionamentos e qualidade de vida em geral.
Nos últimos anos, a conscientização sobre saúde mental vem crescendo, mas ainda há desafios em relação à prevenção, diagnóstico e tratamento de transtornos mentais, como ansiedade e depressão. Esse cenário se aplica também aos síndicos de condomínios, que enfrentam desafios específicos em sua rotina.
Ser síndico é uma responsabilidade que vai além da gestão administrativa do condomínio, já que envolve a mediação de conflitos, a negociação com fornecedores, o atendimento das necessidades dos moradores e o cumprimento de normas e legislações que regem a convivência coletiva. No entanto, o papel do síndico é muitas vezes solitário e exigente, o que pode gerar uma carga emocional elevada. É o que viveu na pele a síndica Mauren Gonçalves: “Em outubro do ano passado passei por burnout em função do trabalho e da pressão. Graças a Deus durou pouco porque procurei psicólogo, psiquiatra e em dezembro já estava curada”.
A pressão do trabalho está em todas as atividades profissionais, e com os síndicos não é diferente, pois com demandas e exigências crescentes, torna-se suscetível ao estresse e ao adoecimento físico e mental que qualquer ambiente de trabalho pode proporcionar.
Segundo o psicólogo clínico Danilo Lopes Jr. estar suscetível às intempéries da atividade e submetido a responsabilidades e exigências do dia a dia no condomínio podem causar ao gestor desconforto e estresse no cargo. A Síndrome de Burnout se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão ou função exigem relação interpessoal direta e intensa, indica o psicólogo.
Segundo ele esse transtorno não se caracteriza simplesmente pelo adoecimento no ambiente de trabalho, mas, sobretudo devido à qualidade das relações interpessoais intensas e desgastantes dentro do seu condomínio. “Relacionamentos intensos dentro do condomínio em razão de sua função, somados a uma carga horária exaustiva dentro e fora dele e a uma alta carga de responsabilidades e exigências, são um prato cheio ao desencadeamento desta síndrome”, diz Danilo Lopes.
A rotina dos síndicos exige habilidades de comunicação, negociação e resiliência emocional, e, ao longo do tempo, o acúmulo de responsabilidades pode afetar a saúde mental, principalmente quando os conflitos internos se tornam constantes. Um dos maiores desafios é equilibrar o desejo de atender as demandas dos condôminos com a própria necessidade de preservar seu bem-estar, já que muitas vezes o síndico tem que tomar decisões impopulares em prol do interesse coletivo.

“É fundamental que o síndico encontre maneiras de gerenciar esse estresse, seja por meio de atividades que promovam o bem-estar, como exercícios físicos, meditação ou simplesmente reservando tempo para si. Além disso, o apoio e a compreensão dos moradores são cruciais. Um ambiente colaborativo, onde os condôminos se sintam à vontade para comunicar suas preocupações e onde haja um espaço para diálogo aberto, pode ajudar a aliviar a pressão sobre o síndico e criar um ambiente mais saudável para todos”, reforça Mauren Gonçalves.
Esporte e autocuidado
Situações como cobranças excessivas, a dificuldade de conciliar a vida pessoal com as demandas do condomínio e o isolamento emocional ao lidar com situações desgastantes são obstáculos que podem afetar a qualidade de vida desses gestores. André Fook, síndico profissional, tem no esporte o seu ponto de equilíbrio entre a profissão e a saúde mental.
“Com toda certeza eu não estaria tão bem no trabalho, no sentido de performar, se não fosse o esporte. Acordo às 5h para treinar, mesmo tendo que ir dormir tarde depois de uma reunião pesada em um condomínio. Sou apaixonado por esporte e, principalmente, no equilíbrio que ele me proporciona. É uma válvula de escape e me ajuda demais a me manter focado durante o dia”, conta André, que é triatleta.
Para enfrentar esses desafios, é essencial que síndicos contem com apoio psicológico, além de praticarem autocuidado e estabelecerem limites para o desempenho da função. Assim como qualquer outro profissional que lida com pressão constante, o síndico precisa ter acesso a momentos de descanso, prática de atividades físicas e de relaxamento, além de considerar a possibilidade de acompanhamento terapêutico para lidar com o estresse de maneira saudável. “Uma psicoeducação, aliada a novos hábitos de rotina e relacionamentos dentro do condomínio podem evitar e atenuar os riscos destas incidências”, conclui o psicólogo.
Transformação pessoal
Nesse sentido, está programado para os dias 28 e 29 de março de 2025 o evento Imersão SER Síndico Premium, no hotel Plaza Caldas da Imperatriz Resort & Spa. Serão dois dias para que os profissionais da sindicatura possam se conectar com a natureza, ar puro, fortalecer aspectos profissionais e emocionais com direito a palestras de nomes como Monja Coen, Carol Mazurok, Rejane Dieder, Rudson Borges, Ariane Padilha e Anelize Mallmann.
Uma das principais representantes do Budismo no Brasil, Monja Coen vai ministrar a palestra “A importância do fortalecimento emocional e espiritual para o síndico”. Monja é autora de vários livros que abordam temas como ética, transformação pessoal e a importância da consciência plena nas relações humanas, sempre sob a ótica budista. Seus vídeos contam com mais de 500 milhões de visualizações.
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