Salve, colegas de sindicatura! O título deste artigo não é meu, mas de Aristóteles. Além de ser uma frase cheia de sabedoria, ela também inspirou um projeto conduzido pelo Google entre 2012 e 2015, cujo objetivo era identificar o que torna uma equipe eficaz.

Esse estudo, chamado Projeto Aristóteles, tem tudo a ver com a nossa prática como síndicos. Como tenho me debruçado ultimamente sobre esse tipo de conteúdo, quero compartilhar algumas reflexões com vocês.

O projeto analisou 180 equipes e concluiu algo que, no fundo, já sabemos: o sucesso de uma equipe não depende apenas de talentos individuais, mas da qualidade das dinâmicas interpessoais. Entre os cinco fatores cruciais identificados, destacou-se a segurança psicológica, ou seja, a sensação de que as pessoas podem expressar suas ideias e opiniões sem medo de julgamentos ou represálias. Os outros fatores incluem confiabilidade, clareza de objetivos, significado do trabalho e impacto.

A segurança psicológica é o alicerce de uma convivência produtiva no condomínio. Precisamos criar um ambiente onde tanto os funcionários quanto os condôminos sintam-se à vontade para se expressar. Imagine o porteiro que percebe um problema de segurança e hesita em falar, com receio de perder o emprego? Ou o condômino que, ao reclamar de algo, teme ser ridicularizado ou ignorado? Nossa responsabilidade como gestores é garantir que essas barreiras não existam. Para isso, abrir canais de comunicação transparentes e imparciais é fundamental.

E confiabilidade? Ninguém constrói confiança da noite para o dia. É preciso consistência. Cumprir prazos, ser claro nas comunicações e honrar compromissos são práticas indispensáveis. Se prometemos iniciar uma obra ou resolver um problema, é essencial que isso seja feito dentro do prazo e com clareza sobre os passos dados. Do mesmo modo, é importante acompanhar os funcionários para garantir que entreguem o que foi combinado. Um cronograma bem elaborado pode ser um grande aliado.

Sobre clareza de objetivos, já enfrentamos situações em que a falta de entendimento coletivo compromete um projeto. Por isso, é crucial explicar de forma simples e objetiva o que queremos alcançar, seja em uma assembleia com os condôminos, seja em uma reunião com os funcionários. Quando todos sabem o que se espera deles, há menos margem para erros e mais chances de sucesso.

Já com o significado do trabalho, todos queremos sentir que fazemos a diferença. Funcionários que entendem o impacto do seu trabalho – como a importância de um zelador manter os espaços limpos e organizados –, têm mais motivação para ir além do básico. Pequenos gestos de reconhecimento, como um “obrigado” ou um elogio público, podem ser transformadores. Da mesma forma, condôminos que entendem como suas contribuições financeiras ou decisões em assembleias afetam o coletivo tendem a colaborar mais.

E sobre o impacto, no final, é isso que consolida todo o esforço. Mostrar resultados concretos, como um jardim bem cuidado ou uma redução nos custos graças à economia de recursos, reforça a sensação de propósito entre todos. Para os funcionários, isso é um incentivo; para os condôminos, é uma forma de valorizar sua participação.

A gestão de um condomínio é como liderar uma grande equipe onde cada peça – moradores, funcionários e síndico – tem um papel essencial. Aplicar essas lições que podemos modelar do universo corporativo como do Projeto Aristóteles nos permite criar um ambiente mais harmonioso e eficaz. Quando trabalhamos juntos, alinhados por um propósito coletivo, realmente transformamos o todo em algo maior que a soma das partes.

E vocês, como têm trabalhado esses aspectos em seus condomínios?