Uma hora de cada vez

Uma hora de cada vez

Dificuldade extrema, essa é a situação dos afetados pelas cheias do Rio Grande do Sul neste ano de 2024.

A palavra calamidade nunca foi tão significativa para mim. E olha que em meus 52 anos de idade já passamos por várias situações semelhantes aqui no nosso estado catarinense. As dimensões dessa catástrofe são tão significativas que a cada atualização, a cada comparação com episódios da mesma natureza, vamos nos dando conta das proporções dos danos causados e das necessidades para recuperar o que foi perdido, como também a força de espírito para lidar com o que se tornou irrecuperável.

Ao entrar em contato com vários conhecidos que moram na região, para poder oferecer algo além do interesse pelo seu bem-estar, perguntei como eles estavam lidando com a situação. A expressão de uma dessas pessoas me marcou muito: “Estou vivendo tudo isso uma hora de cada vez!” Na minha idade já é tempo de saber que o tempo tudo cura, os quatro anos afastados da pandemia do covid-19 podem provar isso. Porém, a ideia de viver juntando forças para cada próxima hora me traz certa angústia. Isso muito pelo fato que o desabafo dessa pessoa amiga representa não só um lamento individual, mas sim o desespero coletivo.

Cabe a nós, nesse momento, que temos horas, dias, semanas, meses e anos das nossas vidas com uma perspectiva mais segura e confortável do que essas pessoas que estão vivendo uma hora após a outra, contribuirmos para aos poucos ampliarmos esse escopo de esperança, segurança e conforto dentro dessa linha do tempo.

Talvez o que entendemos por solidariedade deva ser ressignificado, sem querer menosprezar qualquer que seja a ajuda dispensada neste momento aos atingidos, pois toda ajuda é necessária, mas é preciso ir mais além do trivial. Principalmente aqueles que não foram atingidos. Para alguns desses tudo ocorreu há um mês e talvez o tempo já tenha curado as memórias dos horrores das imagens recebidas pela TV e redes sociais, mas para quem está lá um mês é a soma de uma hora de angústia após a outra.

Colegas de sindicatura e grande nação condominial, constantemente vivenciamos dificuldades que a vida cotidiana nos traz pelas situações inusitadas da nossa profissão no que diz respeito às restrições de disponibilidade das soluções de infraestrutura que uma edificação deve oferecer para seus habitantes e nos cabe resolver ou dar direcionamento. Sabemos como é um prédio sem água, sem luz, sem recolhimento de lixo ou com infiltrações e a dimensão de uma dor de cabeça dessas. Durante toda nossa jornada no exercício da função de síndico buscamos capacitação para agir com a melhor prática nesses momentos. Lembremos que, para aqueles que tiveram a vida transformada num piscar de olhos, esta jornada de uma possível capacidade para suportar ou transpor o desafio está sendo de uma hora de cada vez.

 

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