Procurando uma melhor qualidade de vida, as pessoas têm buscado os centros urbanos já devidamente antropisados e com maior índice de desenvolvimento humano (IDH) para sediar seus domicílios, sobretudo porque esses ambientes propiciam uma melhor sensação de segurança.
A verticalização das cidades é um dos grandes vetores do desenvolvimento urbano das cidades, de modo que o grande adensamento populacional demanda um volume maior de edificações prediais multifamiliares para acondicionar o contingente populacional existente.
Extrai-se da pesquisa nacional por amostra de domicílios (PNAD) que, entre 1984 e 2019, o número de condomínios aumentou em exponenciais 321% nesse período e, segundo o Censo de 2022, o Brasil já conta com mais de 1 milhão de condomínios nas diversas regiões urbanizadas do país, de modo que mais de 68 milhões de pessoas residem em condomínios edilícios, o que representa quase 30% da população brasileira, movimentando cerca de 165 bilhões de reais por ano.
Após a pandemia da covid-19, considerando o nível de segurança e desenvolvimento, o Estado de Santa Catarina vem recebendo um número cada vez maior de pessoas de outros estados, o que naturalmente incrementou o número de empreendimentos imobiliários em construção e implicou a crescente valorização imobiliária, especialmente na porção do litoral catarinense.
Dentre as 10 cidades do país com o metro quadrado mais caro, 4 estão em Santa Catarina: (1º) Balneário Camboriú, (2º) Itapema, (4º) Florianópolis e (6º) Itajaí.
A valorização anual do valor do metro quadrado dos imóveis em Santa Catarina também é bastante significativa, a exemplo do que ocorre com as cidades de Itapema (+19,52%), São José (+19,63%) e Itajaí (+13,35%).
Os dados da Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (ABRASSP) evidenciam que o mercado condominial comporta uma grande expansão, posto que, em que pese o volume de empreendimentos existentes, há apenas 420 mil síndicos em todo o país, e cerca de apenas 5% dos condomínios brasileiros são administrados por síndicos profissionais.
Santa Catarina possui aproximadamente 18 mil condomínios edilícios e apenas 11% desses empreendimentos são geridos por síndicos profissionais, o que representa cerca de 2.000 síndicos profissionais. Assim, o estado catarinense fica proporcionalmente atrás apenas dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
O mercado condominial encontra-se em franca expansão nacional e regional, não comporta mais amadorismo e necessita de absoluta qualificação dos postulantes ao cargo de síndico, pois os ocupantes dessa função possuem relevante responsabilidade social, eis que realizam a gestão da menor célula da sociedade, que são os lares das famílias brasileiras.
A Associação de Síndicos do Estado de Santa Catarina (ASDESC) existe por isso, com o objetivo de assegurar institucionalmente que o mercado condominial cresça de maneira saudável e pautado no princípio arquetípico da Justiça, afinal a função de síndico é iminentemente política e deve ser exercida por aqueles que estão imbuídos do propósito de servir à sociedade na qual estão inseridos.
Gustavo Camacho é advogado e presidente da ASDESC