Colega de sindicatura, nossa função quando exercida em alta performance traz muita realização pessoal, mas também traz consigo desafios, especialmente quando se trata das relações entre síndicos e fornecedores.

A vulnerabilidade do mercado impacta diretamente a prestação de serviços condominiais, como o resultado final da gestão condominial.

As chuvas sazonais, por exemplo, desencadeiam uma série de obstáculos, afetando serviços cruciais como jardinagem, piscineiro, entregas, manutenção de fachadas, entre outros. Esses desafios não apenas prejudicam a qualidade dos serviços, mas sobretudo afetam cronogramas e expectativas dos condôminos com relação à conclusão de várias demandas programadas e aprovadas em um plano diretor do condomínio.

O fortalecimento das nossas relações com nossos fornecedores são fundamentais para superar esses desafios. Estabelecer parcerias sólidas permitem uma comunicação eficiente e a implementação de possíveis planos de contingência para o mau humor de São Pedro. Nós síndicos devemos buscar fornecedores comprometidos, não só com a entrega do que foi prometido na comercialização, mas capazes de nos dar suporte em diferentes situações e prontos para colaborar na busca por soluções

Muitas vezes, empresas dedicam recursos substanciais ao desenvolvimento de estratégias de vendas, mas negligenciam a etapa crucial da entrega do serviço contratado. Philip Kotler, renomado autor e professor de marketing, um “tiozinho” que era muito falado na época que eu frequentava os bancos acadêmicos, aborda a questão do foco em vendas versus foco no atendimento às necessidades do cliente em diversos de seus escritos sobre marketing e gestão de clientes. Segundo o “tio” Kotler, a orientação para vendas e a orientação para o mercado (cliente) representam duas abordagens distintas adotadas pelas empresas.

Empresas com orientação para vendas concentram-se primariamente em técnicas de venda e em alcançar metas de receita. O objetivo central é persuadir os clientes a comprar os produtos ou serviços oferecidos pela empresa, muitas vezes usando estratégias agressivas de marketing e vendas. E empresas orientadas para o mercado têm como foco entender e atender às necessidades dos clientes. Elas adotam uma mentalidade centrada no cliente, onde a satisfação do cliente é crucial para o sucesso a longo prazo.

Tenho visto muitas empresas no mercado condominial com o discurso de foco em atender as necessidade dos clientes no primeiro momento da comercialização e conexão com nós colegas, mas no momento da entrega e implantação uma distância desse discurso, sobretudo do comprometimento de nos capacitar para o bom exercício da sindicatura.

Somos muito dependentes e carentes de uma boa entrega de produtos e serviços, para poder ter sucesso na nossa função. As sazonalidades climáticas não nos ajudam muito, mas são variáveis incontroláveis da gestão. Já a contratação ou substituição de uma empresa é uma variável controlável. Ainda não temos o poder de mudar o clima, mas podemos mudar os fornecedores que não nos capacitam. É bom para o mercado ter essa consciência.

Rogério de Freitas é graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Marketing e Gestão Empresarial e síndico profissional