Chegamos tão rapidamente no final do ano que as vezes parece haver uma certa dificuldade em nos situarmos no tempo.
Já é dezembro, de que ano mesmo? Além dessa vertigem provocada pela nossa percepção da veloz passagem do tempo, o final do ano também nos provoca uma necessidade de avaliarmos tudo que passou. Quantas assembleias, reuniões de conselho, contratos. Quantas vezes refizemos os processos do nosso condomínio, quantas reclamações ouvimos e quantos incêndio apagamos. Quantos vizinhos novos chegaram e quantos partiram? E no ano que vem? O que vamos colocar na previsão orçamentária? Quais as demandas mais urgentes do condomínio?
Nossa rotina é exaustiva. Temos que sorrir mesmo cansados. Temos que dar apoio mesmo nos sentindo solitários. Somos obrigados a buscar paciência para responder aos condôminos, afinal eles muitas vezes nem se dão conta dos espinhos que nos espetam, das pedras que nos são lançadas. Sim, todos têm direito de reclamar, mas quando todos são 30, 60, 120, 240 ou até mais unidades? Como fica nossa resiliência?
Por tudo isso sabemos que a escolha por se candidatar ao cargo de síndico não pode ser motivada apenas pelo salário. É preciso, é necessário, é urgente; ter disposição pra cuidar de pessoas.
O prédio é importante? Com certeza, afinal é o patrimônio das pessoas, mas e a harmonia do lugar em que se vive? A ordem que deve ser conquistada tendo o regimento como base mas cobrada de forma leve, sutil, engajando a todos e jamais com a arrogância de quem se sente empoderado por estar no cargo de síndico.
Quem não é capaz de ter um sorriso no rosto ao final de um dia de trabalho não deve jamais pensar em ser síndico, pois sai ano entra ano e nada substitui o relacionamento interpessoal, os valores corretos, a ética e o caráter.
E lá vamos nós planejando os próximos passos e trazendo a esperança de que ano que vem será mais tranquilo. Feliz Natal e Boas Festas a todos.
Martinha Silva é escritora, graduada em Administração, especialista em Gestão de Pessoas e gestora condominial em Itajaí.