Hoje me sentei para escrever a crônica do mês, e fiquei pensando nos temas que estão em voga atualmente, e não tem como não pensar em: pandemia, decretos, lockdown.
Eu sempre tento abordar assuntos pertinentes aos condomínios e a função de síndico de forma bem humorada, aproveitando para levar um pouco de conhecimento de um jeito leve, porém, não tem como abordar de tal forma tudo isso que estamos passando. Estamos entrando no segundo ano de pandemia e, no Brasil já estamos na triste marca de 300 mil mortos. Essa doença sufoca nossas relações pessoais, sufoca nosso trabalho e deixa sem ar nossa rotina.
É preciso ter consciência, afinal trata-se da 300 mil famílias que choraram seus mortos. O pai de alguém, o irmão de outro, a grande amor da vida de muitos. No início ninguém tinha muita certeza de nada, o medo nos acuou, a dúvida nos paralisou e as mentiras e crendices tomaram uma proporção grande demais para um assunto tão grave. Sim, a doença existe e o tratamento é incerto. Os hospitais estão lotados, os médicos cansados e a população perdida.
Nos condomínios não é diferente, afinal, o condomínio é uma pequena amostra do que forma a sociedade. Decretos, informativos, medidas que tentam de forma precária proteger a todos, e ainda assim o síndico tem que se prestar ao papel de babá de pessoas egoístas.
Diante dos decretos das autoridades de saúde, com o intuito de frear o contágio, há sempre aqueles que se divertem insistindo em fazer diferente. Sempre alguém traz argumentos rasos para justificar a festa, a aglomeração e o desrespeito aos demais.
Chegamos ao ponto em que o síndico, além de todas as obrigações que dizem respeito ao dia a dia do condomínio, precisa se atualizar semanalmente sobre os decretos em vigor, pois de uma hora para outra as regras mudam. O síndico sente nas costas o peso de repassar as regras e fazer que se cumpra. Mas como? Se as pessoas tivessem consciência, nem decreto seria necessário, mas infelizmente somos uma sociedade imatura, capenga mesmo, no que se refere ao respeito ao próximo.
A única medida que está ao nosso alcance para frear o contágio é o distanciamento social, usar máscara, higienizar as mãos sempre, e evitar aproximação e aglomerações desnecessárias. Existe a vacina, mas ela chega timidamente, e se não aumentarmos o coro dos que exigem a vacina de forma universal, ela só vai ser eficaz para frear o avanço das contaminações, no ano que vem. Vacina já!
Martinha Silva é escritora, graduada em Administração, especialista em Gestão de Pessoas e gestora condominial em Itajaí.