Criançada

Criançada

Nunca vi o condomínio com tanta criança como neste verão. Com isso as reclamações só aumentam. Na piscina é um caos total pois quando se juntam é água pra todo lado.

Até o Sr. Alfredo do 402 bloco A, sempre tão amoroso, perdeu a paciência. Eu o encontrei saindo da área da piscina, todo descabelado com a toalha pendurada no braço, uma bermuda que mal se segurava no seu abdômen magrelo e calçando apenas um pé de chinelo.

- Maria – ele me disse – essas crianças me derrubaram na piscina.

Minha maior preocupação foi se ele havia se machucado, mas felizmente foi apenas o susto e o chinelo que voou longe. Pietro passou correndo por nós e arremessou o chinelo para o Dudu, do outro lado da piscina. Entre gargalhadas e provocações dos meninos, eu tive que adotar uma postura de matrona, pois as mães realmente mal prestavam atenção ao que acontecia.

Consegui contornar a contenda, acalmar o pobre homem e me comprometer que tomaria providencias quanto ao tipo de comportamento das crianças. Depois, aos poucos foram chegando mais e mais reclamações, não apenas com esses dois garotos, mas com uma turminha de meninos e meninas entre sete e treze anos. Arminhas d’agua pelo condomínio todo, molhando halls, corredores e escadarias, correria na garagem, e o que mais me preocupou foram as brincadeiras no elevador.

Viemos de um ano difícil que alterou totalmente a rotina de todos nós e, principalmente das crianças. Sem escolas por tanto tempo a energia represada acaba estourando no condomínio no período de verão. Os pais já não sabem mais o que fazer com esses pequenos que ensaiam novos comportamentos, já não são mais bebês e ainda estão longe de ser jovens desabrochando para outros interesses.

É típico dessa idade a algazarra, a bagunça, as brigas entre si, o testar limites. Porém, cabe aos pais monitorar o comportamento das crianças, não só pelo fato de invadir o espaço de outras pessoas, mas por se colocarem em risco.

Já soube de acidentes terríveis com crianças no elevador em outros condomínios. Fiquei com muitos medos na cabeça, pois como síndica sei que sou responsável pela integridade dos meus condôminos. Fui estudar o que fazer nesses casos, li artigos, pesquisei jurisprudências e consultei a assessoria jurídica do condomínio. Descobri que mesmo tendo várias responsabilidades, não cabe ao síndico e seus prepostos a guarda e segurança das crianças, cabe integralmente aos pais.

Ao condomínio cabe a segurança exigida pelos bombeiros com relação ao ambiente, sistemas de prevenção de incêndio, botão do pânico, barreira física na piscina, placas e avisos nos espaços comuns que indiquem o que pode e o que não pode. Fora isso, a responsabilidade é toda dos pais. Caso haja algum acidente provocado por brincadeiras inadequadas, quem responderá será sempre os pais.

Além do risco à integridade das crianças seria bom se os pais também usassem seu poder de educadores e orientassem essas criaturinhas que o respeito ao próximo deve estar antes do prazer do divertimento pessoal.

Martinha Silva é escritora, graduada em Administração, especialista em Gestão de Pessoas e gestora condominial em Itajaí.

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