Primeira forma de contato para obter acesso à maioria dos condomínios, os interfones são ferramentas fundamentais no auxílio da segurança dos edifícios e seus moradores. No entanto, como todo equipamento eletrônico, está sujeito a problemas técnicos e limitações no manuseio das funções, que variam de acordo com o modelo.
Segundo Jones Wrague, consultor técnico da Célula Brasil, empresa especializada em sistemas de segurança eletrônica, os problemas mais comuns no uso dos interfones nos condomínios são a falta de informação dos usuários para a utilização do equipamento – como, por exemplo, não saber o número do apartamento ou a ausência de instruções para o uso –, a falta de energia (salvo em casos que o edifício possui nobreak), o vandalismo, os chiados e interferências e as falhas de comandos para acionar os portões.
O especialista explica que as dificuldades de manutenção são mais comuns em instalações antigas ou em novas que foram feitas com material de baixa qualidade que dificultam a eliminação dos chiados e o reestabelecimento do comando para acionar portas ou portões. “Esses fatos geralmente se atribuem ao conhecido ‘mau contato’, muitas vezes agravado em prédios situados no litoral, onde a oxidação é maior. A prevenção desses problemas se faz a partir da instalação inicial, isto é, todos os pontos de união dos fios devem ser devidamente soldados e isolados”, esclarece Wrague.
Digital
O condomínio do síndico Walter João Jorge Junior não possui porteiro e o interfone utilizado é digital, sendo o acesso ao edifício de 48 apartamentos autorizado diretamente por cada morador. Ele destaca vários problemas pelo mau uso do interfone, como por exemplo, alguns moradores que abrem a porta sem identificar realmente quem acionou o equipamento, ou ainda, moradores que não sabem acionar a abertura das portas pelo interfone. “Além disso, o fato de não termos um porteiro faz com que não tenhamos um controle, mesmo que posterior, de quem acessou o condomínio. E isso nos preocupa”, declara o síndico do Condomínio Ilha Formosa, em Florianópolis.
O condomínio Residencial Tarumã possui uma central de interfones com nobreak para o caso de falta de energia. Segundo o síndico Gilmar Rocha, as normas de uso são para que o condômino mesmo abra o portão externo e as portas dos blocos sem a necessidade de um porteiro. Caso haja dificuldade para a tarefa, os moradores são auxiliados por funcionários, que possuem interfones sem fio. “Não temos muitos problemas. Nossa maior dificuldade é encontrar alguém que possa dar manutenção de forma adequada. Mas pelo tempo de uso e o número de problemas que já ocorreram, o aparelho é muito bom”, relata Gilmar.
Tecnologia
Atualmente muitos condomínios estão migrando para os modelos com vídeos, também conhecidos como vídeo porteiros, que mantêm a funcionalidade dos tradicionais com a segurança de se ver o visitante. “Com serviços de transmissões de áudio e vídeo pela internet, já é possível oferecer aos condomínios o serviço de portaria virtual, no qual um operador pode remotamente, na mesma cidade ou não, verificar visualmente, questionar e autorizar ou não a abertura da porta ou portão. Tudo isso com a gravação em áudio e vídeo para possível comprovação futura”, explica o consultor Jones Wrague.
Por Graziella Itamaro