O verão se foi, mas o outono chegou. A "estação em que as folhas caem", como geralmente é conhecida, teve início no Hemisfério Sul no dia 20 de março.
Ela traz, ainda, mudanças na temperatura, na umidade e na incidência de luz natural, elementos que podem afetar o desenvolvimento das plantas e exigir uma atenção especial por parte dos jardineiros. Por isso, é importante adotar alguns cuidados para garantir que o jardim do seu condomínio se mantenha bonito e, principalmente, que as plantas continuem saudáveis mesmo durante esse período do ano.
Arquiteta e paisagista Ana Trevisan, orienta sobre o preparo dos jardins dos condomínios no outono, que tem como característica a transição de temperatura climática. O outono é a estação que precede o inverno, quando as espécies entram em um período de dormência e diminuem sua atividade metabólica. Por isso, é o momento de podar apenas o necessário. "O indicado é fazer uma poda simples para facilitar a entrada dos raios solares nas plantas. A estação pede podas comuns, sendo indicada a retirada de galhos secos ou comprometidos, assim como folhas mortas ou amareladas. Essas medidas, além de tornarem o jardim mais bonito, no final da estação ajudam a fortalecer as plantas e contribuem para que se tornem mais saudáveis e resistentes", orienta a especialista.
Apesar de ser vista como a "estação em que as folhas caem", nem todas as plantas perdem a folhagem nesse período. Trevisan explica que as vegetações que se submetem a tal processo o fazem por proteção.
"As espécies que perdem as folhas no outono são chamadas de ‘caducifólia’ e isso ocorre por uma estratégia das plantas para se proteger do frio e armazenar energia. Nessa época, a produção de clorofila diminui, e elas iniciam a liberação de ácidos que impedem a circulação de nutrientes em suas extremidades", completa a arquiteta.
O inverno ainda está por vir
Outro ponto importante durante o outono é a preparação do jardim para a chegada do inverno, quando as condições climáticas são ainda mais adversas, principalmente no Sul do Brasil. Nesse contexto, é fundamental conhecer algumas medidas simples, mas eficazes, para manter o espaço do seu condomínio em ordem durante essas duas estações do ano.
Apesar da poda estar entre as principais dicas de como cuidar das plantas, a paisagista Juliana Castro, que desenvolve projetos para empreendimentos e praças em Florianópolis, explica sobre qual a maneira correta de realizar o processo.
"Plantas que florescem no inverno não devem ser podadas no outono e nem no inverno. Apenas as plantas que são floríferas ou frutíferas de primavera e verão podem ser podadas no período de mais frio no ano. Eu, particularmente, considero a poda uma ação um pouco agressiva. Em geral, usamos a poda nos jardins para manter uma melhor aparência e o tamanho das plantas, mas o outono também é o período adequado para fazer poda de formação ", afirma.
Pensando no jardim de um condomínio, Juliana Castro orienta que plantas de baixa manutenção são as mais indicadas para compor o paisagismo desse espaço. Para ela, outro elemento essencial é escolher espécies que floresçam em períodos diferentes, garantindo que a vegetação tenha um maior nível de beleza, independentemente da estação do ano.
"O ideal é evitar plantas que precisem ser substituídas ou podadas com frequência. Apesar de o uso do espaço ser controlado, ele é coletivo e, por isso, a gente precisa tomar um cuidado com o que pode ferir alguém, como plantas espinhentas, ou gerar contaminação, como algo venenoso oriundo de plantas tóxicas. Deve-se priorizar a vegetação de baixa manutenção, focada em um jardim mais verdejante e pensar na floração alternada, que não necessariamente tenha que substituir", completa Juliana Castro.
Urbanização sustentável
Em um cenário cada vez mais cinza, com cidades extremamente agitadas e poluídas, sortudos são aqueles que têm a oportunidade de viver em meio a áreas verdes. E com crescimento habitacional vertical, os prédios residenciais têm um papel fundamental na promoção dessa urbanização sustentável, independentemente se em forma de grades jardins ou com o aproveitamento de pequenos espaços.
O biólogo Paulo Garbugio explica que a arborização de cidades e condomínios deveria ser considerada infraestrutura de saúde pública, conforme indicação da Organização Mundial da Saúde, pois ajuda a diminuir a incidência de doenças respiratórias como asma e bronquite. “Nos prédios, uma das principais vantagens é o ganho na qualidade de vida dos moradores. Pesquisas indicam que a presença de áreas verdes diminui em 15% a incidência de doenças crônicas, além de manter a saúde mental em dia, com o alívio do estresse”, avalia o especialista.
Outra vantagem está na valorização imobiliária, que pode variar de 5% a 20%, além da economia na conta de luz, gerada pelo emprego da árvore como regulador térmico e da umidade relativa do ar, com a neutralização de emissões de CO². De acordo com o engenheiro florestal Charles Coelho, da startup Arboran, estudos revelam que espécies nativas colocadas adequadamente em torno dos edifícios podem reduzir a necessidade do uso de ar-condicionado em 30% e economizar energia usada para aquecimento em 20% a 50%.
“A sombra das árvores também diminui o calor no asfalto, o que ajuda a evitar o aparecimento de buracos na área de garagens e circulação de carros. Aumentando a durabilidade, o condomínio gasta menos com manutenção”, comenta Coelho.
O verão se foi, mas o outono chegou. A "estação em que as folhas caem", como geralmente é conhecida, teve início no Hemisfério Sul no dia 20 de março. Ela traz, ainda, mudanças na temperatura, na umidade e na incidência de luz natural, elementos que podem afetar o desenvolvimento das plantas e exigir uma atenção especial por parte dos jardineiros. Por isso, é importante adotar alguns cuidados para garantir que o jardim do seu condomínio se mantenha bonito e, principalmente, que as plantas continuem saudáveis mesmo durante esse período do ano.
Arquiteta e paisagista Ana Trevisan, orienta sobre o preparo dos jardins dos condomínios no outono, que tem como característica a transição de temperatura climática. O outono é a estação que precede o inverno, quando as espécies entram em um período de dormência e diminuem sua atividade metabólica. Por isso, é o momento de podar apenas o necessário. "O indicado é fazer uma poda simples para facilitar a entrada dos raios solares nas plantas. A estação pede podas comuns, sendo indicada a retirada de galhos secos ou comprometidos, assim como folhas mortas ou amareladas. Essas medidas, além de tornarem o jardim mais bonito, no final da estação ajudam a fortalecer as plantas e contribuem para que se tornem mais saudáveis e resistentes", orienta a especialista.
Apesar de ser vista como a "estação em que as folhas caem", nem todas as plantas perdem a folhagem nesse período. Trevisan explica que as vegetações que se submetem a tal processo o fazem por proteção.
"As espécies que perdem as folhas no outono são chamadas de ‘caducifólia’ e isso ocorre por uma estratégia das plantas para se proteger do frio e armazenar energia. Nessa época, a produção de clorofila diminui, e elas iniciam a liberação de ácidos que impedem a circulação de nutrientes em suas extremidades", completa a arquiteta.
O inverno ainda está por vir
Outro ponto importante durante o outono é a preparação do jardim para a chegada do inverno, quando as condições climáticas são ainda mais adversas, principalmente no Sul do Brasil. Nesse contexto, é fundamental conhecer algumas medidas simples, mas eficazes, para manter o espaço do seu condomínio em ordem durante essas duas estações do ano.
Apesar da poda estar entre as principais dicas de como cuidar das plantas, a paisagista Juliana Castro, que desenvolve projetos para empreendimentos e praças em Florianópolis, explica sobre qual a maneira correta de realizar o processo.
"Plantas que florescem no inverno não devem ser podadas no outono e nem no inverno. Apenas as plantas que são floríferas ou frutíferas de primavera e verão podem ser podadas no período de mais frio no ano. Eu, particularmente, considero a poda uma ação um pouco agressiva. Em geral, usamos a poda nos jardins para manter uma melhor aparência e o tamanho das plantas, mas o outono também é o período adequado para fazer poda de formação ", afirma.
Pensando no jardim de um condomínio, Juliana Castro orienta que plantas de baixa manutenção são as mais indicadas para compor o paisagismo desse espaço. Para ela, outro elemento essencial é escolher espécies que floresçam em períodos diferentes, garantindo que a vegetação tenha um maior nível de beleza, independentemente da estação do ano.
"O ideal é evitar plantas que precisem ser substituídas ou podadas com frequência. Apesar de o uso do espaço ser controlado, ele é coletivo e, por isso, a gente precisa tomar um cuidado com o que pode ferir alguém, como plantas espinhentas, ou gerar contaminação, como algo venenoso oriundo de plantas tóxicas. Deve-se priorizar a vegetação de baixa manutenção, focada em um jardim mais verdejante e pensar na floração alternada, que não necessariamente tenha que substituir", completa Juliana Castro.
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Urbanização sustentável
Em um cenário cada vez mais cinza, com cidades extremamente agitadas e poluídas, sortudos são aqueles que têm a oportunidade de viver em meio a áreas verdes. E com crescimento habitacional vertical, os prédios residenciais têm um papel fundamental na promoção dessa urbanização sustentável, independentemente se em forma de grades jardins ou com o aproveitamento de pequenos espaços.
O biólogo Paulo Garbugio explica que a arborização de cidades e condomínios deveria ser considerada infraestrutura de saúde pública, conforme indicação da Organização Mundial da Saúde, pois ajuda a diminuir a incidência de doenças respiratórias como asma e bronquite. “Nos prédios, uma das principais vantagens é o ganho na qualidade de vida dos moradores. Pesquisas indicam que a presença de áreas verdes diminui em 15% a incidência de doenças crônicas, além de manter a saúde mental em dia, com o alívio do estresse”, avalia o especialista.
Outra vantagem está na valorização imobiliária, que pode variar de 5% a 20%, além da economia na conta de luz, gerada pelo emprego da árvore como regulador térmico e da umidade relativa do ar, com a neutralização de emissões de CO². De acordo com o engenheiro florestal Charles Coelho, da startup Arboran, estudos revelam que espécies nativas colocadas adequadamente em torno dos edifícios podem reduzir a necessidade do uso de ar-condicionado em 30% e economizar energia usada para aquecimento em 20% a 50%.
“A sombra das árvores também diminui o calor no asfalto, o que ajuda a evitar o aparecimento de buracos na área de garagens e circulação de carros. Aumentando a durabilidade, o condomínio gasta menos com manutenção”, comenta Coelho.