Associação de síndicos quer realinhar prédios tortos no litoral de SP

Segundo o último levantamento realizado, em setembro do ano passado, existem 319 prédios com algum nível de inclinação em Santos
Segundo o último levantamento realizado, em setembro do ano passado, existem 319 prédios com algum nível de inclinação em Santos Segundo o último levantamento realizado, em setembro do ano passado, existem 319 prédios com algum nível de inclinação em Santos

Os prédios tortos da Orla de Santos podem desaparecer. Pela primeira vez, uma associação de síndicos decidiu buscar o apoio do Governo Federal para realinhar os edifícios.

A ideia é sensibilizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a criar uma linha de crédito específica, a juros subsidiados, para viabilizar o realinhamento dos edifícios onde moram milhares de santistas. 

O assunto será debatido na próxima terça-feira, em um encontro que deverá reunir dezenas de síndicos no Gonzaga. A estratégia é engajar o prefeito Rogério Santos (Republicanos) e usar o capital político dos deputados federais da região nessa empreitada.

O último levantamento realizado por técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Edificações, em setembro do ano passado, revelou que há 319 prédios com algum nível de inclinação em Santos. Desses, 65 estão de frente para o mar. Os edifícios tortos chamam a atenção de turistas e são conhecidos em todo o País.

Na época da divulgação dos dados, a Prefeitura afirmou que, apesar de estarem tortos, nenhum deles apresentava comprometimento da segurança estrutural. O levantamento foi feito após solicitação do vereador José Teixeira Filho, o Zequinha Teixeira.

Ainda que as inclinações não representem risco de colapso estrutural imediato, os condôminos querem reaprumar os prédios. "Estamos reunindo alguns síndicos para ver se a gente consegue que a Prefeitura faça a intermediação junto ao Governo Federal", resume Eliana de Mello, síndica de um condomínio no Gonzaga.

"Penso que a Prefeitura tem de nos ajudar porque eles cobram da gente laudos estruturais frequentes e caríssimos", completou a síndica de um outro condomínio que preferiu não se identificar. Ela afirma ter gasto R$ 150 mil só com o laudo mais recente.

O documento precisa ser elaborado por engenheiro especializado. Durante o estudo, é avaliado o grau de inclinação de cada edifício e se ele continua a inclinar ou se estabilizou. Cabe ao engenheiro contratado pelos próprios moradores sugerir eventuais intervenções a fim de garantir a segurança das estruturas. 

Os laudos passaram a ser exigidos na virada do século, após a sanção da Lei Municipal 441/2001. As autovistorias devem ser refeitas a cada dois anos e são acompanhadas no âmbito do Programa dos Prédios Inclinados de Santos. 

Impactos diferentes

Dois motivos provocaram a ocorrência de tantos prédios tortos em Santos. O primeiro é o terreno arenoso, especialmente na Orla, em bairros como Embaré, Boqueirão e Gonzaga.

O segundo fator era a incapacidade técnica das construtoras nas décadas de 1940, 1950, 1960 e 1970 para aprofundar as fundações até atingir a camada de rochas no subsolo e, assim, dar mais estabilidade às construções. Foi justamente nesse período que a maioria dos prédios da orla foi erguida.

E, no universo de construções entregues a partir dos anos 1940, há diferentes impactos, causados pelas características físicas de cada prédio.

Assim, edifícios estreitos e mais altos demandam maior atenção por parte dos engenheiros e da Prefeitura porque inclinam com mais facilidade. Já os grandes e retangulares afundam e, em tese, trazem risco menor para moradores e vizinhos.

Alto custo compensa

Uma das técnicas mais simples para tentar estabilizar os edifícios é reduzir o peso dessas construções nos lados onde ocorre a inclinação. E isso se dá com a remoção de estruturas eventualmente descartáveis. Mas nem sempre é possível. Nem, tampouco, garante que o edifício vai parar de entortar.

É claro que as soluções de engenharia variam de acordo com o peso, o tamanho e o nível de inclinação, mas estimativas dos próprios síndicos apontam que o custo pode chegar a um milhão de dólares, ou seja, algo entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões só para estabilizar uma torre, impedindo que continue a inclinar.

Para recolocar um edifício no prumo os valores são ainda maiores e as intervenções mais severas. Mas, o investimento pode valer a pena. Estimativas de corretores de imóveis apontam que o metro quadrado de apartamentos localizados em prédios alinhados pode valer até 40% mais.

Fonte: Diário do Litoral

  • Gostou do conteúdo? Indique a um amigo!
SELECT i.*, CASE WHEN i.modified = 0 THEN i.created ELSE i.modified END as lastChanged, c.name AS categoryname,c.id AS categoryid, c.alias AS categoryalias, c.params AS categoryparams, u.userName AS nomeColunista , u.image AS imgColunista , u.userID AS idColunista FROM #__k2_items as i RIGHT JOIN #__k2_categories c ON c.id = i.catid LEFT JOIN #__k2_users u ON u.userID = i.created_by WHERE i.published = 1 AND i.access IN(1,1,5) AND i.trash = 0 AND c.published = 1 AND c.trash = 0 AND ( i.publish_up = '0000-00-00 00:00:00' OR i.publish_up <= '2024-09-21 02:47:46' ) AND ( i.publish_down = '0000-00-00 00:00:00' OR i.publish_down >= '2024-09-21 02:47:46' ) AND i.catid=17 AND i.catid IN(17) OR i.id IN (SELECT itemID FROM #__k2_additional_categories WHERE catid IN(17 ) )  ORDER BY i.id DESC LIMIT 0 , 1
Acesse sua Administradora