Condôminos voltam a prédio após explosão em 2011

Condôminos voltam a prédio após explosão em 2011

 

O síndico e condôminos do Edifício Riqueza, no centro do Rio, cortaram hoje (6) a fita de reinauguração para comemorar a reabertura do prédio, que passou mais de três anos fechado desde a explosão do Restaurante Filé Carioca, em 13 de outubro de 2011. A tragédia deixou quatro mortos e 17 feridos e motivou duas denúncias do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), que ainda não tiveram decisões na Justiça.

Acostumados a um ponto movimentado do centro da cidade, a Praça Tiradentes, os condôminos enfrentaram dificuldades para manter suas atividades e clientes ao longo dos anos, pagar as despesas de condomínio e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e, em alguns casos, os aluguéis, para funcionar em outro ponto da cidade. Agora que voltaram a ter acesso ao prédio, terão que reformar e adequar as salas às exigências do Poder Público. Entre elas está a instalação de sprinklers (chuveiros automáticos) para a segurança contra incêndio.

Um dos estabelecimentos do Riqueza era a Escola de Papais Noéis do Brasil, que há 25 anos oferecia cursos a candidatos a papai noel e tinha convênios com shoppings e empresas. Como a explosão aconteceu dois meses antes do Natal, o prejuízo foi grande. Nos anos seguintes, as aulas chegaram a ser transferidas para o depósito da empresa, em Realengo, na zona oeste, a mais de 30 quilômetros do centro.

"Se botar em números, mais de R$ 100 mil [de prejuízo]. Fora a parte moral e o que eu podia ter crescido em quatro anos. Ficamos paralisados", diz Limachem Cherem, diretor da escola. "Diminuiu bastante o número de alunos. Ficou bem baixo e só conseguimos recuperar depois de dois anos", completou.

Severino Barreto e Maria das Graças Barreto consertavam equipamentos eletrônicos e fotográficos em uma das salas do prédio desde 1974 e perderam 80% dos clientes logo depois da explosão. Eles optaram por alugar uma sala do outro lado da Praça Tirandentes, mas, mesmo assim, tiveram dificuldades de reaver os frequeses. "Muita gente não sabe usar o computador para saber para onde a loja foi e ficou sem saber. Agora a gente espera que a divulgação faça alguns voltarem", contou Severino.

Condomínio gastou R$ 700 mil

Construído em 1961, o prédio precisou passar por uma série de reformas para ser liberado pelo Corpo de Bombeiros para ser reaberto. As partes hidráulica e elétrica tiveram que ser trocadas. O condomínio também custeou a recuperação de salas dos quatro andares de baixo, que foram as mais danificadas pela explosão do restaurante. O custo total está estimado em R$ 700 mil, e o trabalho ainda não foi finalizado.

"A gente lutou muito, ainda está lutando, mas o pior já passou", disse o síndico, José Diniz. "A reabertura representa para os condôminos um alívio grande, porque a maioria teve problemas sérios financeiros. Alguns faliram porque perderam o ponto e não puderam trabalhar, perderam seus clientes."

A inadimplência do condomínio chegou a 43%, mas hoje está em 26%. Além dos custos com a reforma, foi preciso quitar dívidas de conta de água e reforçar a segurança do prédio, que foi invadido e teve materiais roubados, segundo o síndico. Para garantir que isso não acontecesse novamente, os tapumes que fechavam a entrada do Filé Carioca foram substituídos por um muro e portões com grades.

"Os tapumes não tinham segurança nenhuma. Provavelmente invadiriam o prédio", justificou Diniz.

A previsão do condomínio é que a reforma seja concluída ainda no primeiro semestre deste ano. Os corredores do Riqueza receberão nova iluminação e pintura, trabalho que deve durar entre 90 e 100 dias. Das 132 salas do prédio, oito estão fechadas e não há como entrar em contato com os donos. "Tem sala que o dono morreu e a família não mora nem no Brasil", disse o síndico. Segundo ele, o Corpo de Bombeiros deve notificar esse proprietários, porque todos terão que instalar chuveiros automáticos.

Processo aguarda sentença

A ação criminal proposta pelo Ministério Público para o caso está na etapa das alegações finais, na 19ª Vara Criminal da capital. A denúncia foi feita em 21 de outubro de 2011, oito dias depois da explosão.

Encerrada essa fase, o processo receberá a sentença do juiz. Entre os dez réus, estão o dono e o gerente do restaurante que explodiu, o representante e o vendedor da firma de gás SHV Gás Brasil, que teria feito a instalação do botijão de gás em local impróprio, o antigo síndico do Edifício Riqueza e fiscais da prefeitura do Rio.

No ano passado, o Ministério Público deu início a outro processo, por meio de uma ação civil pública, acusando de impropridade administrativa os quatro fiscais da prefeitura que já respondem ao outro processo. Entre 2008 e 2011, o restaurante funcionou apenas com alvarás provisórios, o que, segundo o MP não poderia ter sido permitido por haver pendências com o Corpo de Bombeiros, a Secretaria Municipal de Saúde, da Vigilância Sanitária do Municipal e da Secretaria Municipal de Urbanismo. O processo também aguarda decisão em primeira instância.

Fonte: AgenciaBrasil

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