Surto no Estado requer participação dos condomínios no controle e redução de focos do mosquito. Em Itajaí, a prefeitura decretou situação de emergência. O município registra mais de 120 casos confirmados de dengue, conforme dados atualizados no dia 18 de fevereiro pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive). Desses, mais de 100 são autóctones, ou seja, o local da infecção aconteceu na própria região. Diante do maior surto de dengue no Estado catarinense, entidades governamentais atuam para o controle de focos do mosquito e pedem ajuda da população para unir forças. “Pedimos aos moradores, síndicos, que inspecionem diariamente suas residências, áreas comuns de condomínios para que não haja acúmulo de água parada, local propício para proliferação do mosquito”, salienta o coordenador do Programa Municipal de Combate à Dengue, da Dive, Márcio Cristiano Passing.
No condomínio Maria Amélia (foto acima), em Balneário Camboriú, município vizinho de Itajaí, o síndico Arnaldo Martins faz a sua parte. “Temos atenção diária a essa questão. Não deixamos de maneira alguma água parada, os serviços de limpeza e faxina são frequentes”, conta. O coordenador da Dive, Márcio Passing, chama atenção para as piscinas, que “devem receber manutenção diária, com controle de dosagem de cloro”. O síndico Arnaldo destaca que, no condomínio, eles superam a periodicidade na manutenção recomendada pela Vigilância Epidemiológica. “Durante a temporada limpamos a piscina diariamente. Fora deste período, pelo menos, duas vezes por semana”, diz.
Sem entulhos
Entulhos também são alvos de atenção do Combate à Dengue. No condomínio Mariner, também em Balneário Camboriú, o síndico Carlos Eduardo chamou uma empresa especializada em coleta para eliminar objetos e resíduos em desuso que estavam acumulados no condomínio. “Não deixamos nada que possa ser alvo de proliferação do mosquito. Descartamos todos os vestígios”, explica. Os funcionários também são aliados nesta força-tarefa. “O nosso zelador é bem eficiente e está atento. Sempre que chove ele inspeciona para garantir que tudo esteja seco e limpo”, conta o síndico Carlos.
Com o início dos trabalhos de visitas às residências, a diretoria da Vigilância Epidemiológica informa que os agentes enfrentam dificuldade de acessar os apartamentos em Itajaí. É importante, neste caso, que os funcionários da portaria e moradores sejam avisados da abordagem dos trabalhadores da entidade, que sempre estarão identificados.
Dicas:
Veja as orientações da Superintendência de Controle de Endemias de SP (Sucen) aos condomínios:
- Fure a parte de baixo dos pneus do playground. Nas garagens, evite o uso de pneus. Opte por amortecedores de impacto apropriados;
- Nos ralos externos e canaletas de drenagens para água da chuva, use tela de nylon para proteção ou coloque sal semanalmente;
- Nos ralos internos de esgoto, coloque tampa abre-e-fecha ou tela de nylon (trama de um milímetro) ou, ainda, duas colheres de sopa de sal, no mínimo, semanalmente;
- Nas lajes e marquises, mantenha o escoamento de água desobstruído e sem depressões que permitam acúmulo de água, eliminando eventuais poças após cada chuva;
- Mantenha as calhas sempre limpas e sem pontos de acúmulo de água;
- Verifique, semanalmente, fossos de elevador, providenciando escoamento por bombeamento na existência de acúmulo de água;
- Mantenha os vasos sanitários e caixas de descarga sempre tampados;
- Nos pratos e pingadeiras de vasos de plantas, substitua a água por areia grossa no prato ou pingadeira, até a borda;
- Mantenha as caixas d´água vedadas (sem frestas) e providencie limpeza periódica;
- Nas piscinas usadas frequentemente, efetue o tratamento adequado com cloro. Se estiver em desuso, reduza o máximo possível o volume de água e aplique semanalmente cloro;
- Armazene recipientes descartáveis em sacos de lixo para disponibilizá-los à coleta de limpeza pública;
- Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos enquanto não têm a destinação adequada;
- O síndico deve divulgar junto aos condôminos os problemas observados e as condutas a serem adotadas. Além de distribuir aos condomínios o material informativo de prevenção.
Por Kalyne Carvalho