Procurar economizar ao máximo os recursos financeiros do condomínio é uma tarefa importante de ser praticada pelo síndico e deixa os moradores mais satisfeitos, porém esse benefício não pode ser conquistado a qualquer custo, principalmente quando o assunto é material de limpeza.
No entanto, é comum gestores condominiais adquirirem produtos clandestinos por serem vendidos por um preço inferior dos vendidos com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Neste caso, o barato pode sair caro devido ao risco de gerar danos à saúde, como queimaduras, irritações e intoxicações aos funcionários e condôminos.
Para identificar se o material é legal, o síndico deve ler com atenção o rótulo dos produtos, item obrigatório para ser comercializado. Segundo dados da cartilha da Anvisa de orientações para os consumidores de saneantes (obtida no www.anvisa.gov.br/saneantes/cartilha_saneantes.pdf), todo o material de limpeza comercializado tem que conter a frase “produto notificado na Anvisa/MS” ou número do registro no Ministério da Saúde. Além disso, tem de informar o nome do fabricante com endereço completo, nome do técnico responsável, aviso sobre os perigos do conteúdo e informações de primeiros socorros.
Geralmente esses produtos são comercializados sem rótulos, em garrafas de refrigerantes, por vendedores ambulantes em peruas e caminhões. De acordo com a cartilha, são itens que não passam por qualquer avaliação e normalmente não têm ação contra os germes e não limpam profundamente.
Outro cuidado que se deve ter com materiais de limpeza é armazená-los em local arejado e sem umidade, longe de calor intenso, além de não os colocar junto à máquina do elevador ou à bomba de água. O espaço deve estar sempre fechado com chave, aos cuidados do zelador, principalmente para evitar que crianças entrem no local.
Cada produto tem sua serventia específica e modo de utilizar. Por exemplo, o desinfetante se usa para minimizar a níveis seguros a quantidade de microorganismos causadores de doenças e para isso precisa contar com um princípio ativo germicida e bactericida eficiente. Por as bactérias se adaptarem com facilidade ao composto da solução, é interessante fazer rodízio com produtos de diferentes princípios ativos.
A água sanitária é um dos produtos que mais necessita de cuidados no manuseio e a mistura dela com outros produtos é muito perigosa, principalmente com os que têm em sua composição amoníaco, este causa uma reação química que expele gases altamente tóxicos, entra em efervescência, e pode até explodir, causando queimaduras graves. A água sanitária clandestina é o produto campeão em vítimas, já que costuma ter muita soda cáustica, para ficar mais potente, tornando-se também mais perigosa.
As embalagens dos materiais de limpeza também precisam de cuidados. A cartilha da Anvisa alerta para inutilizar embalagens vazias dos produtos saneantes, pois sempre ficam com resíduos. Elas devem ser jogadas preferencialmente no lixo do sistema de reciclagem.