O condomínio São José, na cidade de São José, Grande Florianópolis, observou um gasto excessivo na conta de água do prédio: o valor chegou a R$ 6 mil em março. “Tivemos até de reforçar o caixa porque estava faltando dinheiro para as despesas do mês”, relata o síndico Abílio Bernardes da Silva.
Dois defeitos foram detectados: no hidrômetro instalado pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) e um problema interno na caixa d’água do edifício. Silva destaca que um eletricista que mora no prédio ajudou a resolver o problema interno e um técnico da Casan foi até lá para aferir o hidrômetro. “Ficou constatado que estava desregulado, medindo cerca de 40% a mais”, explica. Ele afirma que o total era de 20 metros cúbicos de água por dia e o relógio da companhia marcava 32 metros cúbicos. O equipamento foi trocado. O valor da taxa baixou para R$ 3,2 mil em junho após a descoberta dos problemas.
O prédio possui hidrômetros individuais, o que facilita a medição mensal. O síndico também colocou um segundo hidrômetro na cisterna para fazer a comparação. “Esta é uma boa forma de confrontar os gastos”, reforça o engenheiro civil Manoel Faoro. Ele recomenda que a cada cinco anos seja feita a troca do equipamento.
O síndico orienta a conferência do relógio a cada seis meses para evitar problemas. “Outros condomínios também sofrem com as dificuldades de conta de água muito alta”, reforça. Para manter os dados sempre atualizados, Silva criou um sistema de gráfico para visualizar as contas de cada apartamento e do prédio mensalmente. “Para os prédios que não contam com o hidrômetro individual, uma boa dica é pegar o valor arrecadado e o pago na Casan para comparar”, diz. O síndico relata que está juntando a documentação para pedir o ressarcimento dos valores pagos a mais.
Casan avalia prejuízos e pode ressarcir
O chefe da divisão de políticas comerciais da Casan, Valério Campos, afirma que estes equipamentos podem sofrer deterioração e que os consumidores podem solicitar a ida do técnico até o condomínio para aferir o equipamento e fazer a conferência. “Se ficar constatado o defeito é feita a troca e o consumidor pode pedir o ressarcimento”, esclarece.
De acordo com Campos, é importante a verificação de possíveis vazamentos ocultos, que podem contribuir para onerar os custos. “Nossa leitura é informatizada e se fica constatado algum problema, a fatura fica retida para análise e posterior conferência”, diz. Campos destaca que a empresa segue as normas de medição impostas pelo Instituto de Metrologia (Inmetro).
Campos ressalta ser importante o consumidor comunicar qualquer problema e pedir a presença de um técnico. Se na avaliação ficar comprovado que o problema não é defeito ou problema no hidrômetro da empresa, é preciso pagar uma taxa de substituição para aferição que varia de R$ 24 a R$119. Qualquer problema pode ser comunicado no 0800 643 0195