O mercado imobiliário oferece diversas formas de pagamento para adquirir a morada própria, cada qual com seus benefícios e desvantagens para o comprador verificar qual alternativa melhor encaixa em seu perfil. A compra à vista é considerada pelos especialistas em finanças a opção mais vantajosa, pois com o dinheiro em mãos é mais fácil de conseguir descontos. Mas normalmente as pessoas não têm toda a quantia para aplicar imediatamente, até por ser um alto investimento, e para conquistar o sonho da casa própria pode aproveitar alternativas como consórcios, financiamento bancário ou diretamente com a construtora.
Na compra à vista, além não acarretar com custo financeiro, o interessado pode conseguir um bom desconto ao pechinchar, pois muitas vezes o vendedor pode precisar de dinheiro no momento e diminuir o preço. “O mais difícil é se organizar financeiramente, suportar o apelo de consumo tão forte em nossa sociedade para poupar em prol de um bem futuro”, afirma o consultor financeiro pessoal Marco Aurélio Heinzen. Por isso, os financiamentos são as formas de pagamento mais procuradas para quem está em busca da primeira casa própria. Pode ser feito diretamente com a construtora, e em bancos privados e públicos. Cada entidade oferece seus planos diferenciados de acordo com a faixa de renda e já existem instituições financeiras que contam com linhas de créditos especiais para profissionais liberais. Fazer uma pesquisa sobre o valor das taxas, juros e prazos de pagamento é necessário para o sonho não virar pesadelo.
De acordo com Heinzen, atualmente o Governo Federal está com programas atraentes com o objetivo de incentivar a compra da casa própria. Entre as facilidades estão o prazo esticado para até 30 anos de financiamento e as taxas de juros praticadas a partir de 5% ao ano, para os programas de baixa renda, até 13,30 % mais taxa referencial (TR), dependendo do valor do imóvel e da capacidade de pagamento do mutuário. Também há a possibilidade de utilizar os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Os bancos já financiam até 100% do valor do imóvel.
Para quem não tem necessidade de morar imediatamente na morada, o consórcio é uma opção atraente por não ter juros embutidos, mas é preciso esperar ser sorteado ou dar um lance. O prazo de pagamento normalmente é de até 10 anos. O consultor financeiro explica que nessa modalidade é utilizada taxa de administração, que gira em torno de 10% sobre o valor da carta de crédito mais reposição da inflação.
Dica
Compra na planta pode sair até 30% mais barato
Outra opção para quem pode esperar um pouco para entrar na nova residência é comprar na planta. “A vantagem é que ao adquirir dessa forma, o consumidor pode conseguir um valor até 30% mais baixo do que o imóvel pronto”, expõe o presidente do Sinduscon Hélio Bairros. De acordo com o líder da entidade, esse diferencial no preço é possibilitado pelas construtoras para produzir capital de giro para construir. Geralmente a obra fica pronta entre um e um ano e meio.
Governo investe na morada própria
Caixa empresta R$ 234 milhões no primeiro semestre A linha de financiamento mais recente lançado pelo Governo Federal é o programa Minha Casa, Minha Vida, que completa cinco meses de existência e prevê a construção de um milhão de moradas, que custará aos cofres públicos 34 bilhões em reais de empréstimos e subsídio. As taxas de juros partem de 5% ao ano. A novidade ajudou a alavancar a procura por créditos imobiliários. De acordo com o gerente regional para a Construção Civil da Caixa Econômica, Marcelo Luiz Moser, a instituição já emprestou três vezes mais no primeiro semestre de 2009 do que em 2007, chegou a R$ 232 milhões frente a R$ 88 milhões respectivamente.
“Ouve aumento por causa do acesso e conscientização da população de que o financiamento é a forma mais segura jurídica e econômica de se adquirir um imóvel”, analisa Moser. Com o programa, será possível reduzir em 14% o déficit habitacional no País, que hoje é de cerca de oito milhões de moradias, segundo estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas em 2006.
O programa Minha Casa, Minha Vida é disponibilizado para quem recebe de zero a três salários mínimos, com subsídio da União e isenção do seguro e custos cartoriais para registro de imóveis, e para os que ganham de três a 10, com aumento do subsídio em financiamento do FGTS. As outras linhas de créditos disponibilizados pela Caixa Econômica são pelos recursos da poupança, com taxas de mercado, que “hoje é o que despende maior volume de recursos, pois são para unidades com valores mais altos”, afirma Moser.
Para saber a melhor opção, antes mesmo de ir até uma agência ou um correspondente negocial CAIXA AQUI, o interessado pode fazer uma simulação no site www.caixa.gov.br. Para fazer a comprovação de rendimento para o financiamento pode-se juntar o valor dos salários do casal, bem como de casais do mesmo sexo. O casal que não tiver casamento formal, poderá financiar comprovando por documento em cartório a sua união estável.
De acordo com Alfredo Flores, diretor da empresa de assessoria em financiamentos Advisory, a qual é correspondente negocial “CAIXA AQUI” com escritórios em Porto Alegre e Capão da Canoa, RS, explica que para fazer qualquer financiamento, os cadastros dos compradores e vendedores devem estar aprovados, e o imóvel tem que ter a certidão do registro atualizado do cartório de imóveis. “As partes tem que ter seus cadastros sem pendências, se os compradores e ou vendedores tiverem problemas tipo Serasa ou SPC, por exemplo, não será aprovado qualquer financiamento”. No caso das pessoas serem divorciadas ou separadas, tem que comprovar com documentos oficiais. “Existe todo um tramite para se obter o crédito”, salienta. Depois de enviar toda a documentação, “o cadastro é aprovado normalmente em menos de um mês, passando pela avaliação do engenheiro da Caixa, uma vez tudo aprovado será marcada a data para assinar o contrato no Cartório”, informa Flores.