Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, e publicado na última sexta-feira, 20, identificou que dezenas de condomínios de luxo, hotéis e outros edifícios no sudeste da Flórida estão afundando rapidamente.
Os 35 edifícios pesquisados ao longo de um trecho de quase 19 km de Miami Beach a Sunny Isles Beach afundaram até 7,6 centímetros entre 2016 e 2023. Entre os prédios afetados estão o Ritz-Carlton Residences, o Trump Tower III, o Trump International Beach Resorts e o icônico Surf Club Towers.
“A descoberta da extensão dos pontos de subsidência ao longo da costa do sul da Flórida foi inesperada”, disse Farzaneh Aziz Zanjani, o principal autor. “O estudo ressalta a necessidade de monitoramento contínuo e uma compreensão mais profunda das implicações a longo prazo para essas estruturas”.
O estudo teve início logo após o colapso do edifício Champlain Towers South, em Surfside, em 2021. Apesar de não terem encontrado sinais de subsidência no local antes do desabamento, os cientistas ddetectaram afundamentos em construções próximas à costa. Utilizando imagens de satélite, eles monitoraram pequenos deslocamentos na superfície terrestre em áreas como varandas e unidades de de ar-condicionado no topo dos edifícios.
Causas do afundamento
Não é incomum que os edifícios afundem um pouco durante e logo após a construção, mas o que surpreendeu os pesquisadores foi o fato de o processo ter continuado por anos após a construção.
Cerca de 70% das construções no norte e centro de Sunny Isles Beach estão afundando, tendo 23% delas sido erguidas na última década. Além das vibrações de construções, a maré, atividades sísmicas e a compactação do solo devido ao peso acumulado por sedimentos e edifícios contribuem para o fenômeno, especialmente em regiões costeiras formadas por aterros artificiais.
Os pesquisadores apontam que as vibrações geradas por construções são a principal causa do afundamento, visto que elas compactam as partículas do solo, provocando subsidência — o afundamento gradual da terra. “É como sacudir pó de café para criar mais espaço”, explicou Falk Amelung, autor sênior do estudo e professor de geofísica na Universidade de Miami, à rede americana CNN.
Fonte Veja