Confira orientação de especialista no assunto e relatos de síndicos sobre como é importante ficar atento aos detalhes quando o assunto é segurança
A segurança em condomínios residenciais é um assunto presente na pauta de quase todas as reuniões entre moradores. Os cuidados específicos das pessoas que residem nos prédios e os avançados sistemas operacionais existentes podem fazer a diferença nessa questão.
Com a violência em uma crescente, utilizar diversas maneiras para proteger a família e o patrimônio ficou ainda mais importante. Em Santa Catarina, o registro de ocorrências de furto aumentou em 27,3%, considerando os quatro primeiros meses do ano, em comparativo entre 2021 e 2023, segundo o relatório de indicadores da Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP/SC).
Recentemente, na cidade de Itajaí, um veículo desconhecido acabou entrando “pelo vácuo” da entrada principal em um condomínio enquanto um motorista deixava o local. O invasor teve acesso à área comum do condomínio, mas foi contido por um policial (e morador) e levado para a delegacia. O vídeo do Fiat/Palio branco circulou por diversos grupos de redes sociais. Esse é apenas um exemplo das muitas situações que podem acontecer no dia a dia de um condomínio.
Segundo Izaías Otacílio da Rosa, especialista em segurança pela Associação Brasileira dos Profissionais em Segurança Orgânica (ABSO), com MBA em Gestão de Segurança e doutor em Engenharia de Produção, existem dicas importantes para proteger o condomínio, mas que devem ser planejadas de maneira conjunta para que não fiquem apenas no papel.

“Sempre que falamos em planejar segurança, uso a lógica de que todo sistema de segurança trabalha sobre quatro perspectivas: dissuadir, deter, detectar e a dar uma resposta diante das situações”, explica.
Etapas para uma boa estratégia da segurança
A lógica indicada por Izaías começa pela dissuasão, para que o criminoso perceba que existem muitos obstáculos para invadir determinado local e desista da ação. Quando há um regimento interno, um plano de segurança estabelecido, cria-se uma rede de conversa entre os condôminos, resultando em um sistema forte. “Isso evidencia que o empreendimento adquiriu um sistema forte e você está dizendo para os criminosos: não venham que eu já tenho algo que vai dificultar a sua ação aqui”.
Na sequência, é necessário implantar mecanismos para deter invasores. Para isso, a infraestrutura deve estar preparada com sistema de muros, portões, alarme, estrutura eletrônica, bloqueio e controle a acessos de entrada e saída de todo o contato interno com o ambiente externo do imóvel. “Assim são estabelecidos níveis de resistência, pois o indivíduo que tentar acessar esses locais encontrará uma infraestrutura que o bloqueará”, afirma.
Detectar o invasor é o terceiro passo recomendado pelo especialista. “Se as duas primeiras tentativas falharem, é preciso detectar”, afirma. Para isso, há no mercado uma infinidade de sistemas modernos, como alarmes passivos ou ativos, sensores de abertura, câmeras com inteligência artificial que identificam comportamentos inadequados, monitoram placas, contam pessoas, movimentos faciais; a tecnologia captará e detectará um modelo pré-formatado para que haja algum tipo de ação posterior.
Agora, se o indivíduo acessou o empreendimento, o que aconteceu? Primeiro a dissuasão não funcionou, não deteve porque estava aberto ou o mecanismo de segurança não detectou, pois esse invasor foi encontrado dentro do empreendimento.
O quarto ponto que é dar uma resposta imediata quando a segurança falha, é o maior desafio, segundo Izaías, tanto para os síndicos como para as empresas prestadoras de serviços e funcionários, pois “a capacidade de resposta está associada em como você vai receber esse input, o tempo para responder e, principalmente, de que forma”, explica.
Ele cita que as situações podem ser as mais diversas, como pequenos furtos, ou algo mais violento, como roubo, sequestro e agressão. É necessário que sejam estabelecidos parâmetros mínimos para fazer com que essa resposta ocorra o quanto antes.
Invasões
Essas situações ocorrem corriqueiramente em todo Brasil, quando há vulnerabilidade na segurança. Conforme destaca Izaías, há registros de pessoas que se fazem passar por prestadoras de serviço ou por condôminos e, ao acessar o ambiente interno do empreendimento, neutralizam a ação de resposta ao conter o profissional que está na portaria. “A partir dali eles vão de uma forma gradativa abordando condôminos em área de circulação ou dentro das unidades”, explica.
Mas, segundo ele, com uma segurança entre o ambiente interno com o externo a resposta imediata pode ser mais efetiva. “Quando existem sistemas de alarmes, independentemente da presença humana, que também são monitorados do ambiente externo, você consegue ter uma pronta resposta. Isso faz com que aquele condomínio que teve algum tipo de disparo tenha um protocolo de atendimento e haja uma mitigação nesses processos criminosos”, detalha o especialista.
Avaliação dos riscos
Segundo Izaías Otacílio da Costa, hoje as pessoas falam em criar um modelo de risco, um processo de gerenciamento de segurança, mas na prática não fazem isso por muitos motivos. “Algumas pessoas não estão prontas para isso e outras querem utilizar um modelo muito genérico”, explica.
A sugestão direcionada aos síndicos ou responsáveis pelos condomínios é fazer uma avaliação criteriosa. “Olhem para o ambiente, listem os problemas ao longo de um ciclo de 12 a 24 meses e analisem aqueles que trouxeram perdas materiais, que impactaram a rotina ou a qualidade de vida das pessoas, para assim compor um ranking de preocupação”, diz.
Com o ranking formado, o gestor estabelece formas de como a situação deveria ter sido ser tratada. “Aí você vai conseguir perceber se os prestadores de serviço ou funcionários estão aptos em atender o condomínio conforme você deseja e no tempo que você achar necessário”, conclui.
Moradores conscientes
Joice Michele Evaristo atua há quatro anos como síndica do Condomínio R10, em Itajaí, e dá algumas dicas de segurança de acesso ao prédio. “Minha orientação é sempre estar atento, olhar antes de abrir o portão, verificar se tem algo suspeito na rua ao abrir para entrar no condomínio e, ao entrar e sair, sempre ficar atento ao fechamento total do portão”, diz.
Uma medida adotada no condomínio foi a substituição da senha de acesso na porta principal pelo uso de tags, além das câmeras monitorando tudo 24 horas. A medida foi necessária devido à alta rotatividade dos inquilinos, que ao deixarem os apartamentos, têm as suas tags canceladas e uma nova tag é disponibilizada ao próximo morador.
Quanto a possíveis penalidades para quem se descuidar das orientações repassadas, Joice afirma que ainda não houve descumprimento das medidas por parte dos moradores. “Felizmente, nunca precisamos aplicar nenhum tipo de penalidade, pois todos os moradores cooperam, sempre são cuidadosos”, explica.
Boa comunicação
Um outro exemplo de como garantir mais segurança ocorre em Balneário Camboriú, no Condomínio Residencial Stefanie, onde o síndico Edenir Franceschi Junior é o responsável pela gestão. São 19 unidades, e em média 12 moradores fixos no prédio. Ele explica que foi adotado um sistema de entrada dupla, ou seja, a pessoa entra por uma porta e precisa aguardar o fechamento desta para liberar a abertura da próxima porta.

“Na maioria dos casos é feita orientação aos moradores no sentido de ficarem atentos ao fechamento total da garagem antes de seguir com o veículo, e nunca franquear a entrada de pessoas estranhas pela porta principal”, comenta Junior. A comunicação é feita com avisos expostos em locais visíveis, como em áreas de circulação do prédio e no elevador, além disso há bastante informação no grupo de WhatsApp.
Mesmo com tantos cuidados, por algumas vezes, o prédio chegou a ser invadido e bicicletas foram furtadas. Para evitar novos problemas e prejuízos, Junior diz que “é importante conhecer as pessoas que convivem no condomínio, sempre ter atenção ao correto fechamento das portas e portões antes de sair, não deixar que pessoas estranhas entrem acompanhadas de moradores. A informação é essencial juntamente com uso de equipamentos de segurança, câmeras, fechamento automático de portas e monitoramento”, fala.
Os quatro pilares estratégicos de segurança
1 – Identifique e liste os problemas mais comuns
2 – Faça um ranking dos problemas por ordem de preocupação
3 – Estabeleça formas de resolver cada situação
4 – Analise se os sistemas utilizados para a segurança estão trazendo resultados esperados, caso contrário reprograme as formas de resolução.
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