Crimes praticados por usuários de drogas trazem insegurança aos condomínios de São José
Síndicos dos bairros de Campinas e Kobrasol, em São José, estão preocupados com a falta de segurança na região. Furtos praticados por moradores em situação de rua e usuários de drogas já viraram rotina no dia a dia dos condomínios. São peças metálicas, fiação elétrica, portões, botijões de gás, tampas e cabos de operadoras de telefonia e até numeração dos edifícios está na lista dos objetos furtados. Alvo da ação de ladrões, o Condomínio Residencial Place Du Soleil, no Kobrasol, foi uma das vítimas. Os moradores ficaram sem telefone e internet durante um final de semana inteiro, depois que os cabos de uma operadora foram furtados.
“O vigia do prédio gritou e ameaçou chamar a polícia, mas o ladrão não deu atenção e saiu com um rolo de fios de telefonia”, diz a síndica Maria Tereza Caldas Gonçalves. Segundo ela, a polícia só apareceu duas horas depois da ocorrência, tempo necessário para o ladrão fugir. Há 15 anos morando no prédio e há seis anos como síndica, Maria Tereza diz que a única forma de se proteger é investir em equipamentos de segurança no edifício, que tem um bloco e 80 apartamentos.
“Assistir à movimentação desses andarilhos durante a noite, pelas câmeras de videomonitoramento, é algo assustador. Andam com os carrinhos de supermercado cheios de objetos e vendem para um galpão aqui das redondezas. Qualquer peça de metal que possa ser vendida facilmente fica na mira dos delinquentes”, denuncia Maria Tereza.
Falta efetivo
Para o presidente da Associação de Condomínios dos Bairros Campinas e Kobrasol (ACCK), Sérgio Faust, entidade que reúne 40 condomínios, a falta de policiamento é um dos fatores para o aumento da criminalidade. Ele cita, além dos furtos corriqueiros, dois casos que aconteceram num espaço de 15 dias. Duas senhoras foram abordadas no semáforo e tiveram seus veículos roubados. “Falta efetivo para atender a todos os bairros de São José, principalmente Campinas e Kobrasol, bairros que têm uma população flutuante devido ao grande número de comércio. Ao todo, são 60 policiais e quatro viaturas para atender a população do município de 250 mil habitantes”, calcula o presidente.

Síndico do Residencial Amanda, em Campinas, prédio que reúne 112 apartamentos, Sérgio Faust aponta o descrédito nas instituições policiais como fator principal para o cidadão não registrar Boletim de Ocorrência (BO).
Além de investir em equipamentos no condomínio como vigilância 24 horas e câmeras, ele diz que já fez várias reuniões com o objetivo de alertar as autoridades para a situação degradante dos bairros. Em 2017, a associação realizou uma Audiência Pública com vários órgãos (PM, Alesc, Guarda Municipal, representantes da Secretaria de Segurança) para pedir mais segurança. Em outubro deste ano, a ACCK começou a discutir a assinatura de um convênio com a Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (AEMFLO), para inclusão dos seus associados ao projeto Segurança Compartilhada da Prefeitura de São José.
Mais policiais na rua
Comandante do 7º Batalhão de Polícia Militar, o tenente-coronel Eduardo rebate a informação de que existe aumento nos índices de criminalidade, e que números oficiais da Segurança Pública do Estado revelam o contrário: a redução nos casos de furtos e roubos em São José. Em 2017, de janeiro a agosto, foram registrados 1.433 roubos contra 826 no mesmo período deste ano. Os furtos também diminuíram, foram 3.615 em 2017 contra 2.968 no mesmo período de 2018.
“Embora as estatísticas apontem que os índices não aumentaram, nós escutamos os anseios da população e temos que mostrar nossa presença, só números não são suficientes”, acredita o comandante, ao admitir, no entanto, que alguns dados não são computados porque o cidadão não registra a ocorrência. Para ele, a percepção de que há aumento na criminalidade se dá também pela rapidez das informações. “Hoje temos câmeras em todos os locais, e as pessoas compartilham nas redes sociais, fatores que não existiam antes”, justifica o comandante.
Para intensificar o patrulhamento na rua, foi inaugurada recentemente a sede do Grupo Tático PPT(Pelotão de Policiamento Tático), em Campinas, ao lado do Shopping Itaguaçu. Serão quatro policiais em cada uma das três viaturas, e um policial que ficará na base para dar apoio e informações. “O local estava fechado há mais de um ano. A partir de agora, os policiais estarão mais perto da comunidade”, garante. Acrescenta ainda que foram colocados mais policiais na rua, por meio da Bike Patrulha e do extensivo a pé.
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