Compre e receba em casa. O apelo do e-commerce nunca fez tanto sentido e tem sido cada vez mais aceito.
No Brasil, as compras online cresceram 76% no terceiro trimestre, no comparativo com os meses de julho, agosto e setembro do ano passado, depois de elevação de 104,2% no segundo trimestre, na mesma comparação, segundo relatórios Neotrust/Compre & Confie. A pandemia de Covid-19 acelerou o aumento e a aceitação do varejo digital. Maior número de encomendas exige que condomínios atendam a demanda.
Mesmo com a reabertura de estabelecimentos comerciais, o consumidor tem procurado a internet para fazer compras – e também recebê-las em casa. O e-commerce ganhou mais adeptos e o volume cresceu. A categoria com maior volume de vendas no terceiro trimestre de 2020 foi o de moda e acessórios, seguido de beleza e perfumaria e entretenimento. No entanto, a compra de objetos volumosos, como móveis e eletrodomésticos, também aparece na preferência.
Expansão tem reflexo nos condomínios
A expansão do varejo pela internet se reflete nos condomínios. Afinal, são mais e mais encomendas que têm moradores de edifícios residenciais como destino. Não à toa que construtoras têm incluído em novos projetos armários individuais para armazenagem de entregas. É tendência que novos edifícios também tenham local para recebimento de deliverys, outro reflexo da expansão do comércio digital.
Para empreendimentos prontos e condomínios antigos o mercado também oferece soluções. Já utilizados em redes de lojas e shopping centers, os chamados armários inteligentes são uma possibilidade e estão alinhados com o comportamento de consumo. Funcionam como caixas de correios autônomas que permitem depósito de entregas e, conectadas à internet, notificam os moradores do recebimento.
Uma empresa especializada nessa solução registra aumento de pedidos de orçamentos. “A procura por condomínios aumentou nos últimos meses”, atesta o diretor de inovação Anderson Rover.
Organização
Os condomínios têm se esforçado para dar conta de receber mais e mais entregas. Os que dispõem de portarias 24 horas mantêm procedimentos. Os que têm portaria remota já registram alguns transtornos. “Condomínios com portaria têm funcionado bem ao menos até agora. Nos que não têm, depende um pouco da presença do morador”, relata Elber Bittencourt Vieira, proprietário de uma administradora que atende mais de 70 conjuntos residenciais na Grande Florianópolis.
Síndica de um pequeno condomínio com 32 apartamentos no Abraão, bairro residencial da capital, Josinete Campos confirma. Ela percebeu alguns pequenos transtornos, principalmente entre a entrega e o recebimento pelo morador. “Ocorreram com encomendas pequenas, que foram depositadas por entregadores de algumas operadoras de logística pela caixa de correspondência do condomínio e dados como entregues, e não estavam com o morador de destino”, exemplifica.
Tecnologia
Por questões como esta e outras relacionadas a entregas se faz necessário que os condomínios – e não somente os com portarias remotas - considerem um sistema de recebimento e armazenagem para dar conta do volume cada vez mais crescente de entregas de compras pela internet. “Tem sido comum o acúmulo de encomendas em portarias. Os lockers (armários inteligentes) são uma alternativa para gerir o espaço de forma eficaz. Os pacotes não ficam acumulados e são depositados de imediato no armário”, conta Rover.
Mais do que isso, há sistemas integrados aos principais aplicativos condominiais. Dessa forma o destinatário da compra é notificado ao recebê-la, assim como o síndico pode controlar o uso dos armários de forma remota. “Acho que é a modernidade e deve começar a ser implantada com o aumento da demanda”, considera Elber Bittecourt Vieira.