Em Criciúma, há legalmente 10 revendedores de gás – conhecido por GLP ou gás de cozinha. Este é um dos produtos mais utilizados nos condomínios da região. “No entanto, há aproximadamente 100 revendedores ilegais”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás de Cozinha de Santa Catarina, Adeli Buss. Devido a este fator, os revendedores certificados alertam sobre os riscos do consumo do produto provenientes de empresas que não possuem credenciamento na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Ao adquirir um produto que não tem procedência certificada, dentre os principais problemas enfrentados pelo consumidor, um risco é o de entrar em contato com o gás adulterado e sem armazenamento seguro. “Além disso, os pontos de distribuição irregulares podem causar danos à vizinhança e acidentes”, diz o vice-presidente.
Para assegurar a procedência, o síndico pode verificar se o caminhão que transporta o produto é padronizado ou ir até um dos pontos de venda que possui a certificação da ANP.
Buss ressalta que o consumidor pode fazer uma consulta direto no site da ANP, www.anp.gov.br, buscando pelo nome da empresa. “É uma questão de segurança, pois, se o gás estiver mal armazenado, pode até acontecer algum acidente. Além disso, o consumidor, ao adquirir um produto certificado conta também com uma consultoria segura”, complementa.
Hoje a principal concorrência do GLP é o gás natural, que começou a ser implantado em condomínios residenciais e comerciais em Criciúma no ano passado. “Devemos lembrar que o GLP tem uma capacidade calorífica 30% maior do que o outro tipo”, explica Buss.
De acordo com o vice-presidente do sindicato, caso o condomínio optar pelo gás natural, cada morador terá que usar uma quantidade maior do produto para chegar aos mesmos resultados do GLP. “Além disso, para a distribuição do GLP temos mais de 10 empresas fornecedoras, e para o gás natural só existe uma”, completa.
A síndica do Edifício Isadora, Miltes Mendes Rosso, afirma que está contente com a atual distribuidora de gás, do tipo GLP, e que, mesmo com a passagem do gás natural na rua, não pretende trocar por enquanto.
Há três anos à frente do residencial, ela destaca que o consumo é pequeno, pois existem apenas nove apartamentos com moradores no prédio. "São cinco cargas de 45 litros, então não precisamos abastecer com frequência. O que temos hoje vai durar até pelo menos o fim deste ano", explica, lembrando que as recargas são feitas entre sete e oito meses.
Mesmo no inverno, Miltes diz que o consumo não chega a aumentar consideravelmente. "Tem moradores que gastam centavos por mês", assegura.
Cuidados com a central de gás
O inverno está chegando e com isso aumenta o uso de gás, principalmente nos condomínios que possuem aquecimento para os chuveiros. É importante destacar algumas dicas e cuidados importantes na central de gás do edifício.
A síndica Lúcia Picinin, do Residencial Zuni, localizado no Bairro Comerciário, destaca que os cuidados devem ser constantes. A síndica acompanha todas as recargas feitas pela empresa distribuidora, que é de Canoas (RS). “Tiro todas as dúvidas, faço perguntas, gosto de tudo esclarecido”, justifica. Ela lembra que, quando iniciou as atividades como síndica há três anos, fez questão de saber exatamente como era feito o controle da recarga pelo caminhão.
O residencial, que até então utilizava o gás de cozinha, GLP a granel, agora vai passar a ser abastecido pelo gás natural, recém instaurado na cidade. “Preferia que continuasse a ser o tradicional, mas durante a assembleia, optou-se pela mudança. Minha única preocupação é que os próximos moradores terão que adaptar seu fogão para este outro tipo”, afirma.
Segundo ela, muitos são inquilinos – ela mesma possui dois apartamentos alugados no prédio. “Moro em outra casa, assumi como síndica porque fui a primeira a residir aqui na época”, diz. A relação que ela mantém com o condomínio agora faz parte do dia a dia na administração. “Espero que os gastos diminuam com a troca do gás”, completa.
Dicas
Jamais estacionar carros e motocicletas na frente da central de gás. Deve haver placas indicando que o estacionamento no local é proibido.
Sinalizar sobre todos os perigos: indique que não pode fumar próximo ao local e que há produto inflamável armazenado.
Ter cuidado para não faltar gás para distribuição aos moradores.
Quando houver indícios de vazamento, entrar em contato com a administradora do condomínio ou empresa responsável pela venda.
Caso seja descoberto um vazamento, buscar ajuda imediatamente. Luzes não devem ser acesas.
Na hora da compra, o síndico deve sempre respeitar a empresa que está no contrato do condomínio.
Orientar o zelador a participar do reabastecimento do gás. Como ele conhece a estrutura do edifício, pode indicar possíveis vazamentos para averiguação.