Essa pergunta é recorrente e traz consigo muitas outras dúvidas quanto à importância e os benefícios que uma obra de reforma elétrica pode gerar para um condomínio, por isso o tema é tão relevante e requer a devida atenção da administração e dos moradores.

Dentre as principais dúvidas, frequentemente observamos que a falta de informações sobre a legislação vigente, tanto no que diz respeito aos prazos, quanto aos parâmetros técnicos indicados para cada situação, é disparadamente o item que mais prejudica uma boa administração, por isso é tão importante lembrar que existe regulamentação para tudo isso!

Atualmente a regularidade de condomínios quanto a este tema, está baseada em indicações ou determinações do CREA, CELESC, MTE (Ministério do Trabalho), CBMSC (Corpo de Bombeiros) e pelas NBRs, que juntas compõe as boas práticas indicadas para cada demanda identificada.

É fundamental que o condomínio seja muito bem assessorado por empresas habilitadas e registradas nos órgãos competentes, neste caso o CREA, evitando a necessidade de retrabalhos ou de investimentos malfeitos, que acabam gerando gastos desnecessários e deixando os usuários e a própria edificação em riscos. Sem falar dos desconfortos de ter que justificar uma obra inadequada ou mal executada.

Condomínios com 20 anos ou mais devem avaliar a necessidade de efetuar a reforma com atualização às normas vigentes, ou seja, realizar o Retrofit Elétrico, trazendo muito mais segurança, eficiência, eficácia, economia e mantendo a regularidade junto aos órgãos competentes, que também servirá de respaldo em caso de um sinistro, junto à seguradora.

Na prática, observamos que a economia gerada por um Retrofit feito dentro dos melhores critérios técnicos, pode inclusive representar em uma redução de até 60% no consumo de energia elétrica, o que nos dias de hoje, é um índice bastante expressivo e faz com que os investimentos “se paguem” a médio prazo, além de tantas outras vantagens, como o aumento da segurança, a valorização dos imóveis e a possibilidade de instalação de nossos equipamentos, em especial os aparelhos de ar condicionado, chuveiros mais potentes, fogões, fornos elétricos e tantos outros eletroeletrônicos que temos instalados hoje e alteram a demanda por energia elétrica.

Também é importante destacar que na maioria dos condomínios, existem 3 sistemas que merecem atenção redobrada e extremo zelo na hora da contratação: sistema de gás, sistema elétrico e manutenção de elevadores, uma vez que nestes, um pequeno erro pode gerar até mesmo acidentes letais, o que não costuma ocorrer em outras áreas, que causam “apenas” aborrecimentos e danos materiais, mas dificilmente um acidente mais grave (como por exemplo uma infiltração que deve ser prontamente atendida, mas que dificilmente causará a morte de alguém).

Em geral, as manutenções elétricas em condomínios são definidas nos intervalos:

• Inspeção, testes e medições do SPDA (para-raios) – a cada ano

• Manutenção de subestações de energia (transformadores) – a cada ano

• Manutenção preventiva das instalações condominiais – a cada 2 anos

• Reforma/Retrofit – a cada 20 anos (analisar).

Então, um bom planejamento quanto às manutenções é peça fundamental para que o gestor consiga manter o condomínio em bom estado, sem onerar as despesas condominiais que devem ser planejadas utilizando os melhores critérios, de forma a viabilizar o atendimento à todas as demandas que cada condomínio tem, e que sabemos, são muitas!

Néia Lehmkuhl é administradora, especialista pós-graduada em Gerenciamento de Projetos, pós-graduada em Gestão da Segurança Contra Incêndio e Pânico, pós-graduada em Gestão da Qualidade e gerente de Projetos na Portal Sul Energia.