Gestão de risco em condomínio: a importância de um plano de contingência eficaz

Especialistas apontam que a importância de contar com um plano de contingência eficaz para evitar danos em sinistros e desastres naturais
Gestão de risco em condomínio: a importância de um plano de contingência eficaz

 

Com a crescente complexidade das ameaças enfrentadas pelos condomínios, em situações que vão desde desastres naturais até eventos imprevistos como incêndios ou falhas estruturais, tornou-se crucial a implementação de um plano de contingência eficaz.

Sendo assim, nos últimos anos, a gestão de risco ganhou destaque e é possível identificar uma prioridade em garantir a segurança e o bem-estar dos moradores.

Principalmente porque ela traz entre seus benefícios permitir uma resposta rápida, tranquila e eficaz diante de uma emergência. Além de reduzir o risco de agravamento da situação e possibilitar a ação imediata, mesmo na ausência do responsável direto, pois todos têm acesso às orientações do plano. Só que para isso é preciso ter em mente que a sua atualização contínua é fundamental para enfrentar com sucesso qualquer situação de emergência que possa surgir.

Carlos ALbertoCarlos Alberto dos Santos, especialista em gestão de riscos

De acordo com Carlos Alberto dos Santos, especialista em gestão de riscos e autor do livro “E agora condomínio? Gestão de riscos operacionais”, todo gestor deve ter em mente que situações emergenciais podem ocorrer a qualquer momento. Sendo assim, o síndico não pode esperar que aconteça algo para pensar no que deverá ser feito.

Santos explica que um plano de contingência deverá contemplar toda a parte operacional do condomínio e, principalmente, trazer informações precisas. Além disso, sua implementação e atualização contínua são fundamentais para enfrentar com sucesso qualquer situação de emergência que possa surgir.

“Ter um plano de ação bem elaborado pode trazer resultados positivos, evitando transtornos com os moradores, maiores perdas e consequentemente agravamento de possíveis prejuízos. Desde um registro geral de água e gás até um disjuntor de um quadro elétrico deverão estar devidamente identificados”, pontua o especialista.

NEIA 725 375 pxNéia Lehmkuhl é especialista em segurança contra incêndio

Orientação também compartilhada por Néia Lehmkuhl, especialista em segurança contra incêndio, que defende que um plano de contingência bem elaborado é um roteiro detalhado que define os procedimentos a serem seguidos em caso de emergência, minimizando danos e protegendo vidas e propriedades.

“A identificação dos riscos é sem dúvida a etapa mais importante do processo. Com base nas possibilidades identificadas, lembrando que cada condomínio é diferente do outro e com necessidades distintas, a equipe de gestão de crises poderá desenvolver procedimentos, de forma a estabelecer os protocolos para cada situação, registrando, comunicando e treinando os envolvidos”, explica Néia.

Esse plano não só identifica os potenciais riscos enfrentados pelo condomínio, mas também estabelece estratégias claras para enfrentá-los de forma rápida e eficiente. Ou seja, além de abordar os aspectos físicos de segurança, como sistemas de alarme de incêndio e evacuação, um plano de contingência abrangente também deve incluir a comunicação eficaz com os moradores, a coordenação com serviços de emergência locais e a manutenção regular de equipamentos de segurança.

Os especialistas lembram ainda que a definição sobre quem deve agir nesses casos, assim como o passo a passo dos procedimentos que deve ser adotado, precisam estar previstos no Plano. Além disso, o documento deve estar em versão digital e impressa e deverá permanecer em local definido pelo síndico, de fácil acesso a quem se delegou a função de tomar as medidas necessárias diante de uma ocorrência emergencial no condomínio.

“Em casos de emergência o síndico deverá primeiramente ter a sua equipe devidamente treinada e capacitada. Será ela que tratará das ações imediatas e deverá chamar a quem de direito e que estejam já pré-estabelecidas dentro do plano de contingência e/ou emergência”, orienta Santos.

Por isso, o plano deverá ser elaborado de forma que qualquer pessoa esteja capacitada para tomar uma ação imediata na falta do síndico. “Por exemplo, caso a bomba de recalque pare de funcionar, para tentar solucionar o problema de imediato é preciso converter para a bomba 2. Se isso não funcionar, será necessário chamar a empresa de conservação de bombas. E assim será a dinâmica sucessivamente para todas as demais utilidades do condomínio, como hidráulica, elétrica, gerador, etc”, exemplifica especialista em gestão de riscos.

Plano em ação

O ponto de partida para elaboração de um plano de contingência, segundo os especialistas, é o síndico entender que o condomínio necessita definir os seus procedimentos operacionais. Principalmente para que qualquer pessoa, morador ou colaborador tenha acesso ao documento em caso de emergência.

Além disso, eles reforçam a importância da capacitação após a elaboração do plano de contingência. “O treinamento dos funcionários e das equipes de trabalho é indispensável. Sendo que, os moradores também devem ser instruídos”, pontua Néia.

Como ferramentas de aplicação ela destaca a promoção de palestras, folhetos autoexplicativos, treinamentos, simulações e campanhas. Tudo isso para tratar de temas sensíveis e de relevância para quem vive em condomínio, como: incêndio (evacuação), violência doméstica, acidentes e emergências médicas, pane de sistema elétrico, hidráulico, elevadores, entre outros.

Outro ponto importante é a personalização do plano de ação de acordo com as características e necessidades de cada espaço. Mesmo tendo problemas parecidos, cada condomínio é único e as soluções deverão levar em conta a realidade de cada um.

felipe centeno 725 375 pxSíndico profissional Felipe Centeno

Em Balneário Camboriú, o síndico profissional Felipe Centeno atua de maneira qualificada e preventiva. “Na gestão de risco é fundamental ter conhecimento técnico e, mais do que isso, entender para poder explicar. Atualmente nos empreendimentos o síndico não basta estar atento, é preciso entender, explicar, planejar, executar e não negligenciar”, destaca.

A gestão de riscos em condomínios envolve cuidados como segurança física, manutenção preventiva, planos de emergência e seguro adequado. Para o síndico, partindo dos pilares de segurança, salubridade e sossego você começa a pensar na gestão de risco e na ação de contingência na sequência.

“Quanto mais didático for terá maior chance de dar certo. Conhecer os condôminos com suas dificuldades e capacidades ajuda muito a elaborar algo específico para seu condomínio. Na dúvida, chame um profissional. Eu gosto de dividir experiências e consultar colegas do ramo”, pondera Centeno.

Fique atento na hora do planejamento

  • Definir a equipe que fará o estudo do plano de contingência é a primeira etapa do processo. Ela é que fará o mapeamento das informações (riscos), análise das demandas e recursos;
  • Ouça os moradores, assim poderá identificar particularidades de cada condomínio;
  • Pontos que devem estar no documento: procedimentos em caso de incêndio; vazamento de gás; violência doméstica ou entre vizinhos; desastres naturais; emergência com moradores ou colaboradores; panes elétricas e hidráulicas e etc.
  • Identificar e designar claramente os responsáveis por cada ação no plano. É fundamental estabelecer uma equipe de resposta a emergências e atribuir funções específicas a cada membro;
  • Defina as etapas a serem seguidas por todos os envolvidos para lidar efetivamente com a emergência;
  • O plano de contingência deverá ter uma linguagem simples, clara e objetiva, para que qualquer pessoa possa colocar as medidas em prática;
  • Os contatos de quem recorrer em caso de emergência devem estar em destaque no documento e demais materiais de orientação que serão entregues para os moradores;
  • Estabeleça canais de comunicação interna e externa, incluindo moradores, equipe de segurança, autoridades competentes e outros parceiros relevantes. Utilize rádios, telefones, aplicativos de mensagens ou qualquer outro meio eficaz para garantir uma comunicação rápida e eficiente durante uma emergência;
  • Garanta que todos os moradores e funcionários conheçam os procedimentos de segurança e saibam como agir em caso de emergência. De nada adianta ter um plano bem elaborado, mas que ninguém conhece ou sabe utilizar.

Fonte: Carlos Alberto dos Santos e Néia Lehmkuhl

Você sabe o que fazer em caso de chuvas intensas, enchentes e/ou deslizamentos?

  • Tenha sempre em mãos os números de emergência - Corpo de Bombeiros – 193 e Defesa Civil – 199. Acione sempre que houver suspeita de risco iminente;
  • Isole os locais afetados ou em risco até a chegada das autoridades que farão a análise da situação e darão as instruções pertinentes;
  • Preventivamente efetue o corte de energia elétrica e gás canalizado. Aguarde novas instruções do Corpo de Bombeiros e/ou Defesa Civil;

O Corpo de Bombeiros deve ser acionado em: caso de inundação e desabamento, incêndio, afogamento, choque elétrico, acidente com vítima, acidente com animal peçonhento, resgate de pessoas ou animais, vazamento de produto perigoso, queda e acidente doméstico.

A Defesa Civil deve ser chamada em situações como: alagamento, inundação, desabamento, queda de árvore, incêndio e explosão, deslizamento, destelhamento, colisão, tombamento ou queda de veículo de transporte, ruptura ou colapso de via pública, ruptura ou vazamento em duto, galeria ou reservatório, sinais de risco em geral (trincas, deformações, fumaça, odores ou ruídos incomuns, etc.) e fenômeno ou evento estranho e suspeito quanto a riscos.

Fonte: Néia Lehmkuhl

 

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