Condomínio: o ingrediente humano

Condomínio: o ingrediente humano

Os condomínios e edifícios residenciais caracterizam-se por serem espaços de moradia, vivência, descanso, divertimento.

Lugares onde se constroem histórias de vida. Lugares onde estamos seguros e protegidos e onde cuidamos e protegemos nossas famílias, mas, além disso, são também espaços e lugares de convivência e relacionamentos com pessoas e famílias que invariavelmente possuem hábitos, costumes e comportamento diversos dos nossos, ou daquilo que esperamos.

Quando falamos em relacionamentos, relações sociais, convivência com o Outro, em qualquer circunstância, existe algo que os acompanha onde quer que se esteja ou vá, algo que é subjacente a isso tudo. Os conflitos.

Onde houver um relacionamento, uma relação, uma convivência com o Outro, haverá irremediavelmente, em qualquer circunstância, um conflito.

E nos condomínios e edifícios residenciais, lugares onde vivemos e compartilhamos momentos com os outros, onde necessariamente precisamos conviver com o Outro, com os desejos, necessidades e expectativas do Outro, não poderia ser diferente. É por isso que existe dentro de cada condomínio uma figura, um agente, uma pessoa que zela e guarda as normas e regras desse lugar, um mediador das necessidades e expectativas dos moradores, do coletivo. O síndico.

É nele que também recai muitas vezes a função de administrar e mediar conflitos, atender às demandas e necessidades de seus moradores, sem desconsiderar em absoluto as demandas da coletividade. E é justamente aí que reside a grande dificuldade dos relacionamentos em um ambiente coletivo, em um condomínio. Como atender, ao mesmo tempo, às minhas demandas, às dos outros e às da coletividade?

Observa-se crescente o aumento dos conflitos em condomínios, em ambientes residenciais e coletivos. Conflitos de natureza social que se originam principalmente das dificuldades naturais dos relacionamentos, da dificuldade da maioria das pessoas de aceitar as necessidades e demandas do Outro, da coletividade, em detrimento da sua própria, das dificuldades do próprio síndico em mediar e regular esses relacionamentos em um condomínio e, sobretudo, da dificuldade e resistência que boa parte das pessoas possui no cumprimento de normas e regras, pressuposto básico em qualquer sociedade, que se configura indispensável para uma boa e saudável convivência social e coletiva.

Quando um código de regras, leis e normas, em qualquer circunstância, falha ou é simplesmente negligenciado, o caos e a desordem tendem a se estabelecer, causando um ambiente e situações de insegurança, desconforto e medo. Situações que geram conflitos, que por sua vez geram estresse físico e mental em nível pessoal e coletivo, e que, se não resolvidos e tratados, podem acarretar transtornos ansiosos e depressivos que são atualmente os transtornos mentais mais frequentes e insidiosos na população mundial.

Ao contrário do que imagina o senso comum, os conflitos não são necessariamente nocivos, mas sim necessários, úteis e indispensáveis para que as relações e relacionamentos sejam atualizados ou transformados. Os conflitos que se tornam nocivos às relações são justamente aqueles que simplesmente são ignorados. Tornam-se latentes e a ponto de eclodir a qualquer momento sob forma de agressividade e discussões sem fim.

É por isso que a Psicologia, que é o estudo do comportamento humano, pode ser muito útil e necessária para uma nova abordagem do síndico em sua gestão, assim como, para que o síndico aprenda a desenvolver novas ferramentas e recursos para tratar com a diversidade de perfis e personalidades dentro do seu condomínio.

Aprendendo a exercitar e desenvolver competências emocionais para administrar as adversidades e os conflitos, bem como aplicar novas abordagens, técnicas e recursos, o síndico poderá otimizar seu trabalho e seu tempo, conferir maior assertividade e equilíbrio às suas posturas, assim como será mais hábil na resolução de seus próprios problemas e de seus condôminos, evitando dessa forma que eventuais conflitos se agravem e venham parar na esfera judicial, o que seria muito mais traumático para todos.

Danilo Lopes é psicólogo clínico e psicoterapeuta de orientação analítica.
[email protected]

 

Matéria originalmente escrita em 29/03/2018.

  • Gostou do conteúdo? Indique a um amigo!
SELECT i.*, CASE WHEN i.modified = 0 THEN i.created ELSE i.modified END as lastChanged, c.name AS categoryname,c.id AS categoryid, c.alias AS categoryalias, c.params AS categoryparams, u.userName AS nomeColunista , u.image AS imgColunista , u.userID AS idColunista FROM #__k2_items as i RIGHT JOIN #__k2_categories c ON c.id = i.catid LEFT JOIN #__k2_users u ON u.userID = i.created_by WHERE i.published = 1 AND i.access IN(1,1,5) AND i.trash = 0 AND c.published = 1 AND c.trash = 0 AND ( i.publish_up = '0000-00-00 00:00:00' OR i.publish_up <= '2024-03-29 10:58:44' ) AND ( i.publish_down = '0000-00-00 00:00:00' OR i.publish_down >= '2024-03-29 10:58:44' ) AND i.catid=17 AND i.catid IN(17) OR i.id IN (SELECT itemID FROM #__k2_additional_categories WHERE catid IN(17 ) )  ORDER BY i.id DESC LIMIT 0 , 1
Acesse sua Administradora