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Você sabe avaliar os riscos de seu condomínio?

Especialistas dão dicas de prevenção para evitar acidentes
Rosely Schwartz alerta para o risco de acidentes e a inclusão de cláusula específica nos contratos com as prestadoras de serviços Rosely Schwartz alerta para o risco de acidentes e a inclusão de cláusula específica nos contratos com as prestadoras de serviços

Acostumada a ter um olhar apurado para a gestão de riscos, a contadora e administradora Rosely de Oliveira Schwartz ficou ainda mais rigorosa sobre o assunto após um acidente no condomínio onde era subsíndica na zona Norte de São Paulo. Ela foi acompanhar a troca de motor do portão eletrônico da garagem e, durante o trabalho do serralheiro, a estrutura de 500 quilos de ferro caiu sobre as suas pernas. O resultado: precisou fazer cirurgias nas duas pernas, ficou dois meses hospitalizada e passou por um longo período de sessões de fisioterapia.

Passada a experiência, a professora de cursos para síndicos alerta aos gestores condominiais sobre a garantia de um seguro para cobrir responsabilidade de terceiros e a inclusão de cláusula nos contratos com as prestadoras de serviços que envolvam a gestão de riscos. No caso de Rosely, ela fez apenas um acordo para o condomínio contribuir com os custos do tratamento. Mas se fosse outra pessoa, poderia pedir também indenização, e as despesas em consequência do acidente seria ainda maior.

Como atua na área de consultoria para condomínios desde 1994, Rosely vivenciou outros pequenos acidentes por falta de previsão de riscos nos prédios. Ao fazer a inspeção visual de um edifício para o relatório financeiro, há três anos, ela caiu em um degrau de acesso à cisterna. Teve torções nas duas pernas. O local tinha baixa iluminação, mas não tinha sinalização. “Eu ministro aula dessa parte de previsão de risco. Quando se contrata fornecedores de pintura, sempre alerto sobre os cuidados que se deve ter para lugares altos. Mas o risco está em toda a parte, em qualquer trabalho. Ao fazer gestão de risco, precisamos visualizar o que pode acontecer num serviço”, observa.

Os pilares da precaução
Profissional com 25 anos de experiência no mercado de seguros e gestão de riscos, o consultor Carlos Alberto dos Santos orienta os síndicos sobre prevenção nas instalações dos prédios, na prestação de serviços e no dia a dia do condomínio. Santos já elaborou manuais de contingência para auxiliar os gestores de 120 condomínios de São Paulo.

Segundo Santos, o primeiro pilar na gestão de risco é conhecer as instalações e o segundo é garantir as manutenções preventivas e ter o sistema de proteção contra incêndio do prédio em dia. Mas ainda tem a questão de pessoas. “O maior risco em um condomínio são os próprios condôminos. Tem gente que gosta de colocar vasos nas beiras das sacadas e pode cair em uma pessoa e acontecer um grave acidente. Às vezes, a gente vê empregadas penduradas limpando vidros nos apartamentos, é um risco para o próprio trabalhador”, explica.

As áreas frequentadas por crianças merecem um cuidado especial. Ele dá o exemplo de uma vistoria que fez em um condomínio. Santos percebeu que funcionários terceirizados da limpeza deixaram galões de desinfetante e amaciante em uma churrasqueira perto do playground. “Uma criança curiosa pode ingerir ou inalar algo e até morrer. Muita gente pensa que as ações de gestão de risco são caras, mas em um caso como esse é só cobrar do funcionário e da empresa de limpeza que essa ação é inaceitável”, diz. Outras recomendações são instalar portões na área da piscina para evitar que animais e crianças caiam na piscina, e colocar as tomadas e interfones no alto em locais com circulação dos pequenos, como as brinquedotecas.

Prestadores de serviços
Por fim, Santos adverte que o zelador deve fiscalizar os prestadores de serviços para garantir que terão atitudes preventivas. No trabalho de uma empresa de lavação de vidros em um condomínio, o consultor percebeu que os funcionários descascaram os fios e ligaram a máquina diretamente no quadro de força do elevador. “É um risco enorme. Pode queimar o painel de comando de elevador. Pode dar um curto-circuito na ligação direta”, explica.

Na contratação de seguros, o conhecimento dos principais fatores de risco do prédio deve ser levado em conta. Além das coberturas básicas, sejam elas contra incêndio e responsabilidade civil do síndico e zelador, o ideal é conferir o perfil do condomínio, em conjunto com o corretor. “O principal é visualizar se está contratando parte correta ou não? Estou contratando coberturas que preciso? Tenho condomínio com excesso de vidros, estão vou incluir isso no seguro”, recomenda.

(Matéria originalmente publicada em 01/09/2015)

 

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