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Marquises e sacadas sem perigo

Marquises e sacadas sem perigo

Complementos de uma construção, as marquises, sacadas e coberturas externas são extremamente úteis para proteger pedestres contra intempéries ou embelezar os edifícios.

Porém, normalmente posicionadas sobre parte de logradouros públicos, como calçadas e paradas de ônibus, estas estruturas estão sujeitas a intensa ação do meio ambiente, o que requer atenção especial para garantir a segurança de todos.

De acordo com Trajano Oliveira, engenheiro civil, especialista em Perícias de Engenharia e Avaliações pelo Instituto Catarinense de Engenharia de Avaliações e Perícias (IBAPESC/UFSC), dependendo da agressividade do meio ambiente, no caso de marquises, por exemplo, que normalmente estão expostas às intempéries, as consequências podem ser dramáticas.

Ele explica que o ar e a umidade, contaminados por matéria orgânica, produtos químicos (poluição ambiental), salinidade (sobretudo, em áreas litorâneas) penetram nas fissuras provocando a corrosão das armaduras. “É por isso que as áreas expostas às intempéries necessitam de proteção, que deve ser feita mediante impermeabilização das superfícies”, ressalta o engenheiro.

Impermeabilização

Segundo o especialista, existem vários tipos de impermeabilizações, com os mais variados materiais e técnicas de aplicação, com vidas úteis e formas de proteção diferenciadas. No entanto, o engenheiro ressalta que a maioria dos responsáveis pelos edifícios é leiga, e prefere optar pelo sistema mais barato, como por exemplo, a pintura de base asfáltica, sem proteção superficial, aplicada por pessoal não especializado, sem garantia e sem responsável técnico.

O engenheiro recomenda que as marquises e sacadas sejam inspecionadas visualmente a cada dois anos. Nesta inspeção, devem ser verificados: a existência de pontos com acúmulos de água de chuva (represamento por ralo entupido) que implicam em sobrecargas não previstas no projeto; o estado da impermeabilização na sua parte superior; se há sujeira e sobrecarga por colocação de letreiros ou depósito de materiais, ferragens expostas e manchas no concreto. “A inspeção periódica nas marquises e sacadas, observando todas as possíveis patologias, com o fim de evitá-las, é o melhor que pode ser feito para evitar acidentes”, orienta Trajano.

O engenheiro explica ainda que os edifícios, residenciais ou comerciais, não dispõem de rotinas para inspeção e manutenção preventiva. “Apenas algumas prefeituras, como a de Balneário Camboriú e da cidade do Rio de Janeiro, já dispõem de instrumentos legais que obrigam os proprietários de edificações apresentarem laudos técnicos periódicos. Dessa forma, as intervenções acabam sendo paliativas, escondendo o problema, ou, majoritariamente, corretivas, quando ainda há tempo para fazê-las e, por isso mesmo, são muito mais caras”.

Excesso de peso

Entre os problemas que podem surgir nas marquises e sacadas está a sobrecarga de peso. “O mau uso é um problema gravíssimo. Uma marquise é normalmente dimensionada para suportar, além de seu próprio peso e do sistema de impermeabilização, sobrecargas leves, decorrentes de serviços de manutenção de sua superfície. Portanto, não pode servir como área de estocagem do entulho de demolição de fachadas”, alerta o engenheiro.

Para evitar problemas maiores, o especialista orienta ainda que os responsáveis mantenham os ralos limpos regularmente, para evitar o acúmulo de folhas de árvores, animais mortos ou sujeira. “O estado geral da impermeabilização é um item importante, pois evitará a entrada de água através do concreto, atingindo a armadura e corroendo-a. Além disso, também é recomendável a recuperação estrutural de trincas e rachaduras no concreto, realizada por empresa que forneça ART, Anotação de Responsabilidade Técnica, conclui Trajano.

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Matéria escrita originalmente em 26/09/2013.