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Chaves e controles nas mãos de moradores temporários

Chaves e controles nas mãos de moradores temporários

Síndicos de Balneário Camboriú e Itapema vivem dilemas na entrega de chaves e controles para turistas na alta temporada.

Cidades com altos índices de turistas o ano todo, Balneário Camboriú e Itapema abrigam a maioria de seus visitantes em condomínios residenciais espalhados pelo pequeno espaço geográfico das duas cidades. Pessoas que se misturam por alguns dias aos moradores permanentes e às regras condominiais de cada local. Inquilinos que precisam de chaves e controles de acesso aos prédios, como os demais moradores. E é aí que mora o problema, pois síndicos ouvidos pelo Jornal dos Condomínios demonstram receio e temor com a entrega das peças de acesso aos prédios para pessoas que passam temporariamente pelos condomínios. Existem relatos de chaves e controles de acesso que sumiram, bem como de cópias feitas sem autorização dos administradores. 

No Condomínio João Sandri, na Avenida Brasil, no Centro de Balneário, a administração não fornece chaves e controles de acesso à garagem para inquilinos da alta temporada de verão. O síndico Nelson Santos sempre se preocupou com a questão e em manter a segurança do condomínio nesses casos. Segundo ele, os proprietários costumam deixar chaves e controles do prédio e do apartamento em corretoras de sua confiança para que eles administrem essa parte. Nelson, porém, explica que muitos donos de imóveis estão mais preocupados em quanto vão faturar do que com a procedência “dos inquilinos de alta temporada e, inclusive, dos corretores”.

Nelson diz que a administração do condomínio João Sandri está levantando custos para introduzir equipamentos eletrônicos de acesso, por meio de biometria, no qual cada visitante será cadastrado e ficará registrado somente durante o período de sua estadia. “Após, o equipamento impede suas entradas no prédio. Vamos enviar uma correspondência a todos os proprietários que alugam nesse período para que procurem imobiliárias idôneas, as quais ao nos enviar o cadastro façamos com que, no caso de alguma ocorrência relevante, eles assumam o problema”, expõe Nelson.

No Condomínio Residencial Firenze, na Rua 218, na Meia Praia, em Itapema, o síndico Haroldo Pantaleão Filho revela viver o mesmo drama de Nelson. O prédio funciona com abertura através de senha durante o dia, e com chaves à noite, quando o equipamento eletrônico é desligado. Ao fim da temporada, já na época da Páscoa, as senhas são anuladas e o segredo das chaves alterado. “Isso ocorre porque os visitantes tiram cópias das chaves, e distribuem para o filho, mulher e outros parentes. Aqui, não temos aluguéis diretamente com os proprietários, é tudo por meio de imobiliárias de nossa confiança. Isso é um ponto positivo na prevenção, mas tem outro que procuro seguir: visitar todo inquilino de alta temporada e repassar algumas orientações do prédio, isso para melhorar a segurança deles e dos outros moradores”, conta Haroldo.

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No fim da temporada, o síndico Haroldo Pantaleão anula as senhas e altera o segredo das chaves

Administradora diz que solução é usar imobiliárias para aluguéis

Administrador de condomínios em Balneário Camboriú, Ednílson Machado reconhece o problema na cidade e afirma que ele é mais comum entre outubro e abril. Para ele, a responsabilidade pelo problema não é do síndico nem da administradora, mas dos proprietários que alugam os imóveis negociando diretamente com os futuros inquilinos. Uma das soluções apontadas por Ednílson é usar apenas imobiliárias de confiança para firmar o contrato de aluguel.

Outra, que demanda investimentos (o que por ora não é tão fácil nas administrações condominiais) é a instalação de portarias 24 horas nos prédios. “O problema é que muitos síndicos têm optado por eliminar custos, e acabam aumentando a sensação de insegurança nos condomínios. Mesmo que seja difícil instalar a portaria 24 horas, informativos e circulares podem ser uma boa opção para orientar os turistas sobre as regras e a forma de uso das chaves e controles do condomínio”, observa Ednílson, que diz ser o problema comum em Balneário, principalmente pela elevada procura nos apartamentos do Centro da cidade, próximos à praia.

Matéria publicada originalmente em 03/junho/2016