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Síndicos profissionais ganham força no mercado

Síndicos profissionais ganham força no mercado

 

O volume de exigências sobre os síndicos vem crescendo na mesma proporção dos condomínios e centros empresariais com áreas de lazer, várias torres e até mais de uma centena de unidades que estão surgindo no mercado.

A disponibilidade de tempo, a gama de conhecimentos jurídicos e administrativos necessários, a capacidade de liderança e o perfil conciliador estão se tornando obrigatórios na hora de escolher um síndico. Por outro lado, em condomínios menores, a dificuldade surge pelo fato de haver menos moradores, nem todos terem o perfil ideal ou mesmo vontade de assumir a responsabilidade.

Essa realidade fez surgir no mercado a figura do síndico profissional, responsável pela administração de mais de um condomínio e que recebe remunerado pelo serviço, mas não reside nem trabalha no condomínio.

Formação

A maioria desses profissionais possui formação profissional em áreas como Direito, Administração e Contabilidade, começaram exercendo a função nos condomínios onde residiam e pouco a pouco foram assumindo outras unidades até perceberem as possibilidades disponíveis no mercado.

Rafael Irani é um desses profissionais. Advogado com especialização em Direito Trabalhista, assumiu o cargo de síndico no próprio condomínio onde reside há quatro anos, depois aceitou administrar outro prédio localizado em uma praia de Florianópolis, até que abandonou definitivamente os tribunais. Atualmente, Rafael é responsável pela administração de nove condomínios residenciais e comerciais, todos na Ilha de Santa Catarina.

Para ele, o fato de o síndico não residir ou não trabalhar no condomínio é um fator positivo no dia-a-dia da profissão. “O trabalho de um síndico profissional é encarado de outra maneira, com uma mentalidade mais responsável. Como não existe a proximidade com vizinhos, não é tão difícil para impor regras e cobrar a atuação dos profissionais e dos demais condôminos.”

O custo para a contratação de um síndico profissional varia muito de acordo com o condomínio. A maioria leva em conta diversos fatores como número de unidades, quantidade de funcionários terceirizados ou contratados, e as necessidades do empreendimento, que são identificadas em uma visita ao local. Também, é no próprio condomínio que boa parte do trabalho do síndico profissional é realizado, já a administração das contas e as outras demandas são feitas a distancia. A periodicidade das visitas é definida no contrato e as necessidades do dia-a-dia são acompanhadas por e-mails e celular.

“No contrato estabelecemos um mínimo de três visitas semanais, mas essa quantidade varia muito. Um prédio que esteja passando por uma reforma requer mais atenção e uma presença mais próxima”, explica Rafael.

Referências

Apesar de crescente, a profissão ainda não tem regulamentação e alguns cuidados devem ser observados na hora da contratação, como explica Fernando Willrich, presidente do SECOVI Florianópolis/ Tubarão. “Além do básico como referências e qualificação, o maior cuidado é o mesmo que todos os condomínios deveriam ter: o acompanhamento do conselho fiscal, cuja principal função é acompanhar o trabalho do síndico. O síndico profissional é um prestador de serviço como os outros, mas tem atribuições muito sérias, como gerenciar todo o dinheiro do condomínio. Nas questões legais, síndicos profissionais ou residentes têm as mesmas responsabilidades”.

Mas, nem todos os condomínios têm o perfil ideal para a contratação desse tipo de profissional. Empreendimentos menores ou cujos moradores se conheçam há muito tempo podem enfrentar dificuldades de adaptação a um profissional com outro perfil. “É uma mudança de paradigmas, o síndico profissional tem outro tipo de atuação. Ele não vai ficar o dia todo à disposição ou de conversa pelo condomínio e isso pode gerar uma percepção de desatendimento, um sentimento de abandono por melhor que seja o profissional e mesmo que o condomínio esteja melhor que antes”, conclui Fernando.